quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Altar pagão descoberto em Capela Católica


Altar pagão foi descoberto há dois meses pelo Grupo de Amigos da Capela de Santa Ana
É um achado inesperado sobre o nascimento de Outeiro Seco. A Capela de Santa Ana, de origem cristã, foi construída por cima de um altar pagão, que há dois meses foi redescoberto pelo Grupo de Amigos da Capela. “É um altar monumental, único em Trás-os-Montes e provavelmente em Portugal”, classificou o professor e historiador Manuel Carvalho Martins, que verificou a descoberta.
Inesperadamente, ao restaurar o altar cristão “com uma perfeição extraordinária”, o grupo de amigos descobriu há cerca de dois meses “um altar pagão com a tríade das deusas mães celtas e, no exterior, a figuração da deusa mãe chamada Ana”, explicou Manuel Martins à “Voz de Chaves”. Na verdade, “a palavra Outeiro vem do latim clássico ‘altarium’ que quer dizer altar. A palavra ‘Santa Ana’ é um baptismo cristão da deusa celta que uns chamavam Danu e outros Dana. De modo, que é quase perfeita a tradução cristã da deusa pagã”, acrescentou o especialista em história celta. “Esta é a minha leitura, agora os especialistas que se debrucem sobre esta descoberta”, incentivou.
“É um dos achados mais importantes de Portugal que nos orgulha e que queremos divulgar”, confirmou o engenheiro Altino Rio. “Adquiro tudo o que seja relacionado com cultura celta e é lamentável que os historiadores portugueses falem de tudo, mas não proclamam a nossa ascendência celta”, considerou Manuel Martins, que reconhece ser descendente do velho povo celta, que tinha a pele branca, eram altos, fortes e de olhos azuis. “O próprio pintor Nadir Afonso é a reincarnação dos celtas porque a geometria é arte celta, daí nunca fazerem estátuas”, apontou.
Os louros da investigação arqueológica ficam assim para os espanhóis que “sentem orgulho de serem descendentes dos avós celtas”, nota o jubilado. Assim, Manuel Martins espera dar “um contributo para a promoção da cultura de Outeiro Seco e da realidade regional, que é a implementação da cultura celta”.
Sandra Pereira