sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Falando sério sobre Pluralidade Religiosa



Na semana passada um aprendiz me ligou indignado diante de um artigo que, segundo ele, defendia, de modo desconcertante e confuso, uma declaração mesclando Respeito à Religião com Direito de Crença Eclética ou “Universalista” termos mais comuns para segmentos de base esotérica.

Eu disse a ele, onde tinha visto o tal artigo, e ele disse no Facebook! A segunda pergunta foi se havia alguma imagem bonita na divulgação, e ele me disse que sim! Então conclui o óbvio, as pessoas curtiram a imagem e nem leram o artigo. O mundo esta se acostumando com a mensagem rápida, a mensagem visual, provavelmente exista uma diferença gritante entre ler o artigo e curtir/ compartilhar a imagem, quem é leigo e sem base teológica não entenderia esta questão e muito menos os danos que uma “misturancia” causam ao trabalho de conservação e respeito a cultura nativa das religiões, como é possível buscar TOLERÂNCIA RELIGIOSA, se as pessoas que apoiam este movimento, desrespeitam a INSTITUIÇÃO RELIGIOSA em favor de suas CRENÇAS PESSOAIS?

Hoje o termo Bruxaria virou muitas coisas, algumas indefinidas e absurdas e devemos respeitar a todas as pessoas, não simplesmente por que elas acreditam em coisas diferentes, mas dentro de um sentido mais profundo, devemos respeitar a vida das pessoas, por mais que não concordemos com elas, não precisamos ser inimigos, bem como também, não é obrigação RECONHECER como igual frente a nossa RELIGIÃO, somos todos irmãos de uma grande espiritualidade, é verdade, contudo não somos fraternos de um mesmo caminho religioso.

O Brasil é um país eclético? Eu diria que o Brasil é um local onde temos diversas religiões, onde existe certa liberdade, mas dizer que no Brasil reina o ECLETISMO RELIGIOSO, seria um passo muito largo, se assim o fosse, não haveria tantas bandeiras defendendo a RELIGIÃO em específico e sim o DIREITO de Liberdade de Crença, o que já é previsto pela constituição federal. O que lutamos aqui é por igualdade de direitos religiosos, ou seja, benefícios comparativos a outras religiões aceitas naturalmente pela nossa sociedade, uma contribuição previdenciária, por exemplo, a um sacerdote de fundamento pagão ou neo-pagão de igual forma que é cedido a um sacerdote de fundamento cristão.


No mais, tranquilizo a todos, que mesmo seguindo uma linha TRADICIONALISTA, digo que acho bonitinho as pessoas se chamarem de “bruxinhas”, de ver movimentos com plaquinhas afirmando ser bruxo, pagão e até fada, isto enriquece o nosso folclore, é um contexto lúdico que nos traz leveza frente à visão radical cristã com relação a sermos destruidores de vidas e fazermos mal as pessoas.

O que devemos compreender esta além da questão de tolerância da convivência religiosa, mas sim de respeito de forma geral! Pessoas, costumes, visões, objetos sagrados, e com isso as questões do direito à preservação das religiões, a conservação de valores e costumes, a identidade cultural, os ensinamentos, a pureza de rito, e assim por diante.

Um grande abraço,

Ricardo DRaco