quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tradicionalidade em Oficinas de Coimbra

Terreiro das Bruxas uma Oficina para crianças em Coimbra, Portugal
bruxas_educao
O Terreiro das Bruxas existe mesmo, é uma aldeia no Sabugal. A Oficina Municipal do Teatro roubou o nome para brincar com as crianças com este lugar onde as bruxas e feiticeiras se juntam para fazer feitiços.
Mais uma etapa do ciclo "Repicar Giacometti", agora numa oficina para crianças, dos 6 aos 9 anos, onde brincam às bruxas que misturam ervas, dizem rezas e cantam ladainhas, que sabem segredos e curas, que conhecem todas as plantas e que podemos encontrar nas encruzilhadas.

Durante 90 minutos brincam com os frascos e o saquinhos que se entornam para o panelão a partir de recolhas feitas um pouco por todo o país.
TERREIRO DAS BRUXAS (PROJETO PEDAGÓGICO)

Ciclo Repicar Giacometti

Oficina Municipal do Teatro | 21 e 28 de abril | 11:00 às 13:00 | 4 euros
Fonte: DN Cartaz

terça-feira, 24 de abril de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: A Lâmina e o Nada


A Lâmina e o Nada é a reflexão que faço hoje observando em meu caminhar as elucidações sobre o Mundo dos Homens aterrados em seus dogmas pessoais, em suas limitações de pensamento, na falta de discernimento, imaginando quem sabe que na encruzilhada de sua vida tudo possa se revelar e se resolver por um passe de mágica, acendendo um charuto aqui, fazendo um símbolo ali, mas tudo é e será conforme o fluxo do rio, brincar de ser grande é apenas um artificio do próprio desejo de ser algo além de sua simplória realidade.

Quando menciono a Lâmina e o Nada entendo que estes simbolismos poderiam levar para nossas reflexões, a Lâmina não pode cortar o que não existe, ela não corta o vaco, o vazio, o nada, para cortar é necessário se ter algo e hoje como há séculos atrás as pessoas preferem ser nada, algumas até tentam, mas no final o score já esta lá reluzindo no painel, [Vida 0 X Vivência 0 ].

A Lâmina por sua vez quando encontra terra sólida, quando toca a pele em sua ação causa emoção e mostra o sangue, justamente o sangue que é tão mencionado em diversas culturas e em diversas áreas, não apenas como um princípio mágico de essência, mas como algo elementar para a vida.

A Bruxaria Tradicional tem mostrado muitos porquês que por vezes passam despercebidos, algumas pessoas imaginam que é algo super flexível, aberto, heterogêneo e pode parecer em um primeiro momento, alguns defendem em dizer que a Bruxaria Tradicional não é seleta, que não é muitas coisas, o que posso dizer nesse sentido é que ela nunca será o que a maioria das pessoas possam pensar dela, pois o que se pensa dela é em grande parte práticas pessoais que na maioria das vezes não passam de mistificação, como se fossem seguir pegadas dadas pela sombra, não se aprende Bruxaria Tradicional lendo livretos, lendo artigos, se aprende Bruxaria Tradicional se aprofundando em vivências significativas e de origem! Os paralelismos, achismos e sincretismos são mecanismos que muitos usam para tentar observar o que existe do outro lado da porta, a sabedoria do caminho demonstra que para isso não haverá outro jeito que senão abrir a porta e adentrar nesse novo local, e se conseguir fazer isso, já considere um bom passo, um passo que a grande maioria não conseguiria, por questões emocionais, por confusão mental, por falta de perseverança, por falta de algo que decididamente faz uma grande diferença no momento.

Por vivência digo que ela é seleta, pois nem toda a dedicação em ensinar seria o suficiente. As pessoas, num contexto geral, tendem a se desviarem para labirintos solitários, e assim, nutrindo sentimentos divergentes e confusos, perdendo o foco de sua jornada e se deixando abater por dificuldades cotidianas, mas para um peregrino que já andou por muito tempo percebo que existe um caminho para todos e que esses caminhos devem ser seguidos conforme a essência de cada um, seja próximo ao nada, seja próximo a navalha.



Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco



Cordialmente,


segunda-feira, 23 de abril de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: Samhain - Samonios

A época do inverno para os celtas se padronizou como Samhain, na antiga Gália encontraremos o nome Samonios que em tese pode ser a origem etimológica desta festividade, ainda existem muitas oportunidades de estudos acadêmicos para dar maiores apontamentos sobre as consagrações celtas, entretanto através das tradições populares tendo como base o folclore teremos essa como sendo o Ano Novo Celta.

O acesso ao outro mundo é o "tempo de Samonios" O que implica que deve ser, nesse momento, uma época de contato com os ancestrais, com um contato mais estreito com a transmutação e com a morte. O frio para os países do norte chegam a ficar com temperaturas negativas ocasionando a falta de alimentos, o aumento de mortalidade, sejam de pessoas e animais, gerando assim, um novo processo de reflexão sobre a vida e uma mudança mais sóbria sobre os hábitos da sociedade.

Com a necessidade de se ficar resguardado ao fogo da lareira entra nesse momento as tradições de contadores de histórias, muitas contadas sobre os herois e deuses.
Para os Bruxos Tradicionais é uma época comemorativa de contato com os mortos, o migrar entre mundos e o contato com os deuses dos mundos inferiores, terra também dos ancestrais, as raízes dos membros fundadores.

   
História

“Samhain é uma celebração mais preservada na Irlanda e encontrada em muitas narrativas mitológicas”.

 É um festival de fechamento de ano e abertura do próximo ano, segundo a tradição irlandesa, Samhain é uma celebração obrigatória e agrega muito mais do que um ciclo da natureza é também uma data de grande crença popular! Os sacerdotes bebem do hidromel, a bebida da imortalidade,  como também dependendo da tradição cerveja e vinho.
A carne de porco é vista como sagrada e descrita em narrativas mitológicas, ja na Gália, bebiam vinho e comiam mais carne bovina, carne de carneiro, porco. O festival de Samhain também contemplavam de eventos religiosos e políticos; no plano religioso, a famosa colheita do visgo (o sexto dia da lua de acordo com Plínio, evidentemente, entre Outubro e Dezembro.

Na Gália, de acordo com o Calendário de Coligny, podemos dizer que Samonios era comemorado durante três dias (provavelmente no dia anterior naquele dia e no dia seguinte), onde o sacrifício de animais seria dedicado também ao testemunho da importância ritual.


Dentro da sociedade celta encontramos maior relevância aos festejos de Samhain e Beltane, pois estes além de contemplar as questões do ciclo da natureza, tinham também grande apelo nas reuniões sociais e crenças populares.

O festival de Samhain pode ser analisado por diversas visões:

Na visão popular ao qual as pessoas honram os seus deuses antes de ir para partilhar a sua pequena parte da festa e assistir as atividades da comunidade.

Nas questões políticas: Banquetes e discursos, obtendo uma maior visibilidade pelos assuntos da sociedade.

A nível espiritual: Acender o fogo sacerdotal da comunidade e a preparação ritualística, tendo como objetivo trazer o Sol novamente e a prosperidade, banir as doenças e trazer os presságios para os tempos que virão.

Samhain é uma celebração harmoniosa, pois esse delicado equilíbrio é essencial para uma gestão eficaz das relações entre os dois mundos e é provável que este festival prepare a humanidade para a tensão da escuridão do inverno que se anuncia. 



O rosto dos Deuses para Samonios
 

Ao se aproximar do Inverno aparecem as mudanças de que Samonios declara: As noites estão ficando mais longas, o ar fica mais frio, a seiva para baixo em troncos de árvores e ramos de folhas que se preparam para cair por não congelar com o inverno chegando ... A Natureza nos mostra seu rosto obscuro, o Mundo Inferior com seus poderes de transformação e regeneração. Durante este período aprendemos a deixar o que não serve mais, para se preparar para novos começos, nós aceitamos a morte de tudo que é material, incluindo nossos próprios corpos simbolizando a velhice e o passar do véu.


Os homens horarão os lugares sagrados, aos que se foram serão honrados e para todos aqueles cujas ideias e ações trouxeram sabedoria e paz .

O ritual de Samonios incidirá sobre a Oferta, a homenagem aos antepassados, o marcar o fim do ano e o início de uma nova época.





Cordialmente,



terça-feira, 17 de abril de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: SEXO NO PAGANISMO TRADICIONALISTA

A sociedade ocidental esta mudando, antes imperava somente a visão cristã sobre o comportamento humano para com a sociedade “civilizada”, embora existam esforços de extinguir as visões nativas indígenas, assim como outras visões que fogem a essa premissa, tudo o que o homem deveria fazer e sentir repousava sobre um livro e suas estórias de base semita, quase sempre fundamentalistas diante de uma sociedade advinda do oriente médio, filosofias e crenças que ainda sobrevivem nesses locais e que nutrem todo tipo de intolerância e coesões de direitos humanos.

Voltaremos às visões originárias da antiguidade no ocidente, ao paganismo advindo das crenças nativas antes da influência cristã, vamos especificar a região chamada de Europa, berço de muitos caminhos tradicionais, inclusive da Bruxaria, nome que por séculos foi depreciado para um contexto assustador levando ao imaginário popular como uma maldição ao mesmo tempo em que um desregrado caminho que levaria à marginalização da sociedade “civilizada”.

Criaremos um parâmetro da sociedade antiga com as leis cotidianas nacionais, hoje busca regularizar a prostituição, já na antiguidade ela já era regulamentada, o que nos da a entender que o cristianismo obteve seus acertos, pois nem todo caminho é ruim por completo, porém errou em muitos outros conceitos ligados a sociedade, um deles foi a não conceber ao homem o direito a sua natureza e lhe apresentar apenas a face divinizada do que seria o certo e o errado aos olhos da igreja, influenciando e mesclando os conceitos de sociedade, política e religião.
Hoje vivenciamos um estado laico em termo de política, entendemos melhor a diversidade da sociedade e obtemos o direito de escolha filosófica com base no autoconhecimento de nossas crenças e sua exteriorização perante a religião.

Apesar da suposta liberdade religiosa, ainda contamos com a intolerância, com a confusão ideológica entre as religiões e diante da migração de pessoas entre as experimentações entre crenças.
Entre as análises e pesquisas qualificativas, entendemos esse processo de migração para o Paganismo e suas linhas religiosas uma busca por crenças mais simples, voltados às questões de conscientização perante os recursos naturais do planeta, o respeito às divindades, a liberdade de pensamento e uma alternativa ao agregado da sociedade cristã.

Porém as migrações devem acontecer obtendo o maior número de informações sobre determinada religião pagã, sendo que trazer os mesmos atributos de um fundamento cristão poderá haver diversas diferenças culturais, de costumes e crenças, com isso dizemos que não existe um caminho sem ter a clareza de mudança para um novo patamar de crença, de mesma forma em pensar que o paganismo não é simplesmente uma aversão ao cristianismo e sim uma visão tendo como base um entendimento específico da Natureza e seus ciclos.

Existem muitos esforços em preservação e reconstrução dos modelos religiosos pagãos, não distante disto toda menção aos costumes e hábitos comuns e que sem a abordagem de esclarecimento coeso se tornariam inconcebíveis ao modelo atual cristão.

SEXUALIDADE
Alguns fatos sobre a sexualidade pagã chegam a nossa sociedade em caráter pecaminoso por alguns e por outros de forma curiosa. Entre os romanos, por exemplo, prezavam tanto o sexo que havia uma lei contraria ao celibato: a solteirice e a falta de filhos eram punidas, e as pessoas cheias de herdeiros tinham privilégios. 

Prostituição, bigamia, masturbação e homossexualidade eram comuns, grande desenvolvimento da arte baseada na nudez era completamente aceita pela sociedade.
E como os pagãos enxergam o sexo? Deveriam observar pelo lado natural, sem estarem no contexto de pecado e/ ou de perda de pureza, fazer sexo não implica em ter uma propensão à perversão ou falta de caráter.

O ato sexual era tão importante para a sociedade antiga e mística que através do sexo foram criados ritos mágicos que envolviam iniciações, comemorações baseados nos ciclos da natureza e até evocação de potências espirituais.

Se pensarmos que a energia sexual é tão necessária à humanidade perceberemos que mesmo abstratamente teremos recatadamente diversas obras que reverenciam o sexo, os obeliscos com menção ao falo, curvas de carros que lembram as de uma mulher, fachadas e tuneis, que passam despercebidos pelo nosso dia a dia, mas que podem ser fruto do instinto sexual.
O uso de chifres também na era antiga tinham como base o falo, as coroas representavam não apenas a autoridade, mas a capacidade de prover fertilidade e prosperidade.

Toda essa questão ficou tão impregnada pelos conceitos de pecado que mesmo dentro de grupos o sexo ainda é tido como pecaminoso fato que deriva de que tudo o que tem chifres não remete a sexualidade, mas sim a campanha criada pelas igrejas cristãs para descaracterizar os cultos da natureza e toda mítica dos povos antigos substituídos pela mítica judaica cristã na figura do Diabo.



Cordialmente,






segunda-feira, 16 de abril de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: Ritos e Mitos de Samhain

Continuando com nossa proposta de trazer sempre um bom material acadêmico para leitura, segue uma abordagem do livro do Professor Vasco Adriano Rodrigues sobre o ritual popular de Longroiva.


No livro «Os Lusitanos - Mito e Realidade», o professor Vasco Adriano Rodrigues fala de um ritual popular realizado em Longroiva (ou Meda; Longroiva parece estar situada nas proximidades do local onde outrora existiu o castro de Longóbriga) no dia 31 de Outubro, véspera de Todos os Santos, a versão cristianizada do Samhain ou Samonios.

Os jovens subiam ao Morro da Faia, encosta íngreme, levando consigo figos e uma cabaça de vinho ou de aguardente a lá de cima lançavam pedras, evocando um santo a cada lançamento e bebendo um trago de vinho em sua honra.

Estas pedras podem bem ser resquícios das cabeças de gado que outrora eram sacrificadas pelos Celtas em grandes hecatombes, pois que esta era a altura de abater todas as reses que não fossem necessárias à criação.
No sopé desse monte, observam-se vestígios de uma edificação que poderia ter sido um santuário romano, a qual poderia por sua vez prolongar um culto indígena.


<Na Escócia, há um ritual parecidíssimo que inclui figos e vinho.>


Prossigo:

Quanto ao vinho e aos figos utilizados em celebração eventualmente análoga escocesa nesta data, parece-nos uma coincidência grande demais com o ritual acima descrito para que não haja aí uma ligação pagã porventura bastante arcaica.

Sugere-se, assim, um resumo ritualístico:

Acreditamos que os santos nomeados em cada arremesso eram nada mais do que substitutos dos Antigos Deuses, a quem seriam oferecidas as cabeças de gado em sacrifício.

Sendo assim, em sinal de honra para com as nossas Divindades, podemos actuar de modo a que esta memória sirva para As cultuar na medida do possível. Afirmamos que quem dá o que tem a mais não é obrigado e, de momento, é isto que temos para cumprirmos o nosso dever de lealdade sagrada para com os Deuses Ancestrais.

Tendo isto em mente, pode-se continuar na reconstrução de um ritual para ser realizado da noite de 31 de Outubro para o Primeiro de Novembro:

- Suba-se a um monte, com um recipiente contendo vinho e, se possível, levando figos também.

- Dirijam-se algumas palavras aos Deuses e aos Ancestrais, como por exemplo, «Ofereço este vinho em honra de (todos os Deuses) e de ENDOVÉLICO (por exemplo) e de ATAEGINA (outro exemplo...) e dos Ancestrais» ao mesmo tempo em que se eleva o recipiente acima da cabeça e se derrama um pouco do precioso líquido fermentado.
- Lancem-se depois pedras: a cada arremesso, nomeie-se um Deus - que temos afinidade e de seguida beba-se um gole em sua honra. E assim sucessivamente, para cada Divindade que vier à memória ou enquanto houver vinho...
Se se ficar completamente alcoolizado, também não há mal nenhum, porque esta celebração pode perfeitamente incluir uma vertente jocosa e de desregramento.


Honrem portanto os Deuses e os ancestrais, porquanto é este um momento de ligação privilegiado entre os vivos e os Poderes do Outro Mundo, e os mortos da mesma estirpe.

Vivifique-se o Povo com o contacto dos seus Deuses e antepassados.

Os Deuses, neste caso? TODOS, como já foi dito, com destaque para ENDOVÉLICO, Senhor do Mundo Inferior, e talvez também para ATÉGINA, A da Noite e da Vingança.

Acreditamos também que a Deidade BAND deverá ser honrada, pois que, se BAND representar o que pensamos que representa, isto é, a Deidade dos Laços, ou seja, a Divindade que preside à união da estirpe, ao povo propriamente dito - e esta celebração é uma celebração dos laços de estirpe além-túmulo - então, BAND será das principais Entidades nesta cerimónia.
Os ancestrais? São os da Lusitânia e seus aparentados: as altivas e fortes estirpes dos castros enevoados.




Cordialmente,





sexta-feira, 13 de abril de 2012

Origem da Sexta-Feira 13


Seguem algumas fontes e teses sobre essa tão polêmica data.

A crença de que o dia 13, quando cai em uma sexta-feira, é dia de azar, é a mais popular superstição entre os cristãos. Há muitas explicações para isso.

A mais forte delas, segundo o Guia dos Curiosos, seria o fato de Jesus Cristo ter sido crucificado em uma sexta-feira e, na sua última ceia, haver 13 pessoas à mesa: ele e os 12 apóstolos.

Mas mais antigo que isso, porém, são as duas versões que provêm de duas lendas da mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

Segundo outra lenda, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem palavra friadagr = sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.

Por que sexta-feira 13 é considerada um dia de azar?

Hoje é a temida Sexta-feira 13, considerado um dia de azar. No Brasil, a data também é vista como um dia ruim graças a duas superstições diferentes.

Uma relacionada ao número e a outra ao dia da semana.

Na Espanha e na Grécia, o número também é visto como um mau agouro, mas o dia da semana que eles consideram ruim é a terça-feira. Para eles, terça é o dia da semana dedica a Marte, deus romano da guerra, e ao sangue e violência que deram a ele o nome de planeta vermelho.



Nas cartas do tarô, o Arcano 13 é a carta da morte, até por uma possível associação com as letras hebraicas. Estudiosos da prática interpretam a carta como um sinal de mudanças de pontos de vista, de formas de viver, e profundas transformações internas e externas. Mesmo quando se refere à morte física, na concepção religiosa, esta não representa um fim em si mesma, afinal os povos antigos viam a morte como transmutação, uma passagem para outro mundo ou plano de existência, em geral com uma conotação evolutiva. Por esse motivo, as tradições de magia ocidental, sugerem o número de 13 participantes em rituais.


Outra origem relaciona a data aos cavaleiros templários! Os dias de glória da Ordem dos Cavaleiros Templários, fundada no século 12 em Jerusalém, durante as Cruzadas, estavam próximos do fim no início do século 14. Rica e poderosa, sua influência na Europa começava a incomodar alguns monarcas, como Filipe IV, o Belo, da França, que resolveu dar cabo dos cavaleiros. Em 14 de setembro de 1307, o rei enviou a seus oficiais ordens que só deveriam ser abertas dali a um mês. Reveladas as mensagens, numa sexta-feira, 13 de outubro, os templários que viviam na França começaram a ser presos, torturados, excomungados e queimados na fogueira.
Assim, o rei atacou uma instituição submetida ao Vaticano – e não à França. Por cinco anos, enquanto os cavaleiros templários eram perseguidos, o rei tentou convencer o papa Clemente V a extinguir a Ordem. Até que, em 1312, os templários deixaram de existir, acusados de heresia, traição a Jesus e homossexualismo.
“Não é de estranhar que a data da prisão tenha virado um dia de azar”, diz o historiador Bruno Salles, que defendeu sua tese de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais baseado na Ordem. “Eles foram pegos pelo rei – que não tinha autoridade para isso –, acusados de crimes que não cometeram e acabaram abandonados pelo Vaticano.”


Lendas à parte, o fato é que, muitas pessoas, supersticiosas, evitam viajar na sexta-feira 13; a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13; em alguns hotéis não há o quarto de número 13, que é substituído pelo 12-a; muitos prédio pulam do 12º para o 14º andar, temendo que o 13º traga azar; há pessoas que pensam que participar de um jantar com 13 pessoas traz má sorte, porque uma delas morrerá no período de um ano. A sexta-feira 13 é, enfim, considerada um dia de azar e toma-se muito cuidado quanto às atividades planejadas para este dia.

Essa interpretação, porém, é tão arbitrária quanto regionalizada, já que em vários outros locais do planeta o número 13 é estimado como símbolo de boa sorte. O argumento dos otimistas se baseia no fato de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este um símbolo de próspera sorte. Na Índia, o 13 é um número religioso muito apreciado e os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, é comum os dísticos místicos dos templos serem encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo e adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas.

O que então faz a diferença? O que faz com que o número 13 e a sexta-feira sejam positivos para alguns e negativos para outros, e ainda neutros para outros?

Mais uma vez é tudo uma questão de sintonia. Somos o que pensamos, transformamo-nos naquilo em que acreditamos, vivemos naquilo em que criamos para nós mesmos. Cultivadas e difundidas há séculos, estas lendas vêm criando à sua volta todo um complexo espiritual e energético, alimentado e suportado pelas próprias mentes que crêem em seus relatos ou que, mesmo não conhecendo estes relatos, crêem nestas superstições.

Pensamentos e sentimentos são energia. Tudo o que pensamos e sentimos gera modificações vibratórias nas nossas energias, na nossa aura, no ambiente à nossa volta. E o mesmo acontece quando expressamos, ainda que silenciosamente, as nossas crenças, os nossos medos, as nossas superstições, opiniões, etc.

Crenças, símbolos, mitos e lendas cultivados por muito tempo e por muitas gerações tendem a criar imensos campos vibratórios coletivos (holopensenes), formados pelas emanações mentais e emocionais de todas as criaturas que, de alguma forma, se afinizaram e ainda se afinizam com os seus objetivos, princípios ou idéias. Como são muito grandes e também muito fortes, campos como estes podem perdurar por séculos ou nunca se extinguir se sempre houver alguém disposto a realimentá-los com suas crenças e idéias, modificando as energias ao seu redor e entrando em sintonia com aquelas energias.

Esses campos imensos estão por aí, suspensos, pairando sobre nós. Imaginemos, assim, o campo vibratório referente à desavisada "sexta-feira 13". Quantas e quantas criaturas o vêm realimentando? E há quanto tempo? Baseadas em quê? Lendas antigas? Ou mitos criados por religiosos que nada mais desejavam do que afastar os povos de suas crenças originais por meio do medo para alcançar mais poder?

De que tamanho será que ele está hoje? E a cada sexta-feira 13 que aparece no calendário ele se torna um pouco maior, e mais forte, alimentado por supersticiosos que insistem em continuar repetindo mecanicamente manias dos seus antepassados.

A sexta-feira e o 13, juntos ou separados, na verdade, nada podem. Eles mesmos não têm poder algum. São inofensivos. O poder está em quem acredita que eles têm poder. O poder, para o bem ou para o mal, está em que acredita que eles podem criar, gerar ou fazer o bem ou o mal. Assim, se alguém acreditar que a sexta-feira 13 dá ou traz azar, irá se conectar ao respectivo campo vibratório já existente, contaminando-se de toda a angústia, o medo e o terror armazenados lá, atraindo para si algo da energia "ruim" que há ali, podendo, assim, provocar algo de "ruim" em sua vida. Não é, portanto, a sexta-feira 13 que traz azar, mas o supersticioso que vai buscá-lo toda sexta-feira 13, com os seus pensamentos, o seu medo, a sua própria angústia e falta de confiança.

O problema é que há tanta gente adepta do dito popular "no creo en las brujas, pero que las hay, las hay", que, sempre que aparece uma sexta-feira 13, o ambiente fica mais pesado, pelas emanações das pessoas que, "só por precaução", ficam ligadas, procurando "sinais" de azar, tentando passar ilesas pelo dia amaldiçoado. E aí, fica parecendo que a superstição tem algum fundamento.