sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cultos Pré-Cristãos e a Bruxaria Tradicional

Cultos Pré-Cristãos e a Bruxaria Tradicional
Um tema polêmico que se mistura a credibilidade, fatos históricos e entendimento teologico. Podemos criar diversas teses sobre o tema, entretanto a origem da Bruxaria é de comum senso a qualquer estudioso dedicado a estas crenças.
Para praticantes que buscam a preservação e também realizam trabalhos envolvendo matérias acadêmicas como história, antropologia, arqueologia entre outras fica claro o foco sobre a visão tradicionalista, no entendimento da origem dos cultos, ou seja, seguem pela Bruxaria Tradicional e não tentam a modernizá-la ou distorcê-la.
A busca pelas origens e a conservação destas práticas é uma das grandes “chaves” que muitos dizem ter conhecimento, mas diferente do discurso, seus atos revelam apenas a sua orientação modernista e por assim dizer eclética, colocando conceitos que nunca existiram na Bruxaria Familiar/ hereditária tal como nunca estariam presentes na Bruxaria de base Tradicional, algumas delas de caráter luciferiano que estariam muito melhores conceituadas no próprio Satanismo e não na Bruxaria.
Para quem segue a linha de crença nativa e tradicional entendem que estas crenças antigas adentraram em outros períodos da história, porém sem nunca perder a sua essência, mesmo diante da grande influência cristã na Europa, elas continuam lá embaixo do verniz dos tempos e das influências, porém para o sábio peregrino é fácil a sua compreensão, sem deixar que estes resquícios se tornem uma nova visão.
É fato que muito se perdeu durante as diversas fases de nossa história pelos séculos, porém cabe a um coeso praticante de Bruxaria Tradicional preservar o que lhe chegou, todo o material advindo das famílias pagãs, das crenças hereditárias e repassá-las conforme fora feito de geração em geração. Quem não entende este princípio nunca foi um praticante deste caminho e provavelmente nunca se quer esteve presente em um círculo de Bruxos Tradicionais.
Temos visto muitos equívocos no uso do termo "Bruxaria Tradicional", alguns colocam em seus livros Modern Witchcraft e traduzem para Bruxaria Tradicional (?), inserem conceitos que nunca existiram e se existem são apenas uma criação da era moderna, uma mescla baseadas em magistas reconhecidos e que muitos nunca se auto proclamaram bruxos ou bruxos tradicionais.
Ao peregrino sincero desejamos que consiga ver além das aparências, temos visto diversos livros, algumas cópias de outros que dão sua opinião/ sugestão do que seria Bruxaria Tradicional e utilizam de forma pouco responsável causando um desserviço para aprendizes que buscam um caminho nativo, ancestral e tradicional.
O que cada vez mais percebemos é um novo caminho chamado de Modern Witchcraft uma tentativa de desvincular o conceito "bruxaria moderna" da própria Wicca, uma visão moderna da feitiçaria que traz em sua origem não a bruxaria e nem mesmo a sua forma tradicionalista e sim os princípios modernos já apresentados pela religião Wicca.

Cordialmente,


quinta-feira, 28 de julho de 2011

index-listagem-de-textos-e-artigos-04-2011

index-listagem-de-textos-e-artigos-04-2011

Este tópico tem por função a indexização dos artigos e textos do Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil para facilitar na busca dos artigos pelos por títulos do primeiro semestre de 2011.

   
 
ABRIL

Cordialmente,

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Awen /l\


Awen

Awen é uma palavra galesa (do País de Galês), usada historicamente para descrever a inspiração divina presente na literatura dos bardos atribuída às vezes aos músicos e aos poetas. A primeira referência ao termo ocorre na literatura inglesa em Nennius' Historia Brittonum, um texto em latin datado em 796.

O substantivo feminino, Awen, foi traduzido como 'a inspiração', 'musa', ' gênios' ou transe poético.

'Awen' deriva-se da raiz indo-European * - uel, significando ' fundir ', é a mesma raiz que significa 'brisa de Awel ' da palavra vinda do Galês. Awen é a respiração da inspiração, do vento do espírito, ou da respiração do divino que dá a inspiração. Há uma palavra paralela a ' awen ' no irlandês, 'ai', significando também 'a inspiração poética' que se deriva da mesma raiz antiga.

veja: Jarman, A.o. H ' um guia da literatura Galêsa, Vol. 1, capítulo 1, por Lewis, para uma explanação fácil. também metricamente indo-European de Calvert-Watkins ' e verso em irlandês antigo', para complexo, ou Ford, p.k ' os poetas celtas: canções e contos da Irlanda e de Gales.

O termo é simbolizado por este emblema /|\

Muitos grupos modernos diferentes têm sua própria interpretação do Awen. As três linhas relacionam-se à terra, ao mar e ao ar; corpo, mente e espírito; ou amor, sabedoria e verdade. Diz-se também que o Awen não esta para ser simplesmente uma inspiração, mas para a inspiração da verdade; sem Awen não se pode proclamar a verdade. As três fundações de Awen são a compreensão da verdade, o amor da verdade, e manter da verdade. Os raios estão também para as letras de que todos os outros evoluíram: I, O, e U.

A.F (Abraços Fraternos)
DR (Ricardo DRaco)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Oímealg agus Bríd

Oímealg agus Bríd

http://br.groups.yahoo.com/group/arvore_sagrada/message/439

Oímealg é uma das quatro festas sazonais Célticas importantes. A importância de Oímealg está associada ao que a mudança de estações causava nas atividades das tribos Célticas, principalmente o aumento do período da luz do dia e a lactação das ovelhas. 
 
Oímealg é notavelmente associado com a Deusa Brigit (uma deusa Pan-Céltica). Bríd é uma Deusa de fogo, ferreiros, poetas, curandeiros e, principalmente, da economia doméstica e da fertilidade. Por causa de sua associação com a economia doméstica Céltica, ela está fortemente ligada aos animais aos quais as mulheres eram tradicionalmente associadas na sociedade Céltica primitiva. Ela freqüentemente é descrita como sendo acompanhada por uma vaca branca. Seu pai é o Dagda  e sua mãe talvez seja Boind -a vaca branca. Por dominar a festa de Oímealg, ela é associada às ovelhas. É claro que isto fazia com que  a produção de leite fosse uma de suas preocupações principais, e, na Irlanda antiga, a produção de leite estava quase exclusivamente associada às mulheres. 
 

Tradições 

 
Limpeza: Uma etimologia folclórica para o nome da festa Imbolc é "Im-fholc", que quer dizer "eu me lavo.” A idéia é uma limpeza ritualística pela água, que ajudará a libertar o participante das energias do inverno, ou geamhra
 
Símbolos: A criação do crosóga e a Brídeóg. Estes serão usados em procissões e no ritual como símbolos primitivos da Deusa, como a fonte de aumento. 
 
Bênçãos: A carga psíquica de um talismã, um Brat Bríde ou Crosóg, para ser usado no futuro. 

Pronúncia

Oímealg [i:m´elg] (Irlandês Moderno)
Oímealc [i:m´elg] (Irlandês Antigo)
Imbolc [imolg] “ímolg”
Para Convidar a Deusa para sua Casa:
A Bhíd, tar isteach – tá céad míle fáilte romhat!
Pronúncia: [@ vri:d´ tar is´t´@X ta: ked mi:l@ fa:lt´@ row@t]
Tradução: Ó Brighit, entre (em minha casa), seja muito bem-vinda.

Poemas

A Promessa da Deusa Brigit em seu Dia

Gach ‘re lá go maith         [gax re la: g@ ma]             todo segundo dia será bom
Óm lá-se amach                [o:m la:s@ @max]            do meu dia em diante
Agus leath mo lae féinig   [ag@s le: m@ læ he:nig]   e a metade do meu proprio dia
Brigit búadach,       [bri:d´ bu:aD@x]           Brigit a vitoriosa
Búaid na fine,         [bu:aD´ na fin´@]          Vitoria da Familia
Siur ríg nime,          [s´ur r´i:y n´im´e]           Irmã do Rei do Ceu
Nár in duine,           [na:r in´dun´e]                 Mulher Nobre
Eslind luige,            [e´l´inD´ luy´e]               Juramento Perigoso
Lethan breo.            [leTan b´r´o:]                  Chama Larga
Ro-siacht noíbnem, [ros´iaxt ni:vn´e~w]        Ela chegou no céu sagrado
Mumme Goídel,      [mume yi:D´el´]              A Mãe adotiva dos gaélicos
Riar na n-oíged,       [riar nan i:yeD´]              Provedora dos convidados
Oíbel ecnai,              [i:vel´ eg´nai]                  Sorriso da Sabedoria
Ingen Dubthaig,       [In´y´en´DuvTaig]           A Filha de Dubhthach
Duine úallach,          [dun´e u:llax]                   pessoa orgulhosa
Brigit búadach,         [bri:d´bu:aD@x]              Brigit vitoriosa
Bethad beo.               [b´eTaD b´o]                    sustenção da vida

Fonte: Artigo utilizado no Grupo de Estudos da CLÁN
Referência ao autor Bellovesos

quinta-feira, 21 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL Versus BRUXARIA

Recebemos alguns emails de leitores confusos sobre as diferenças entre Bruxaria e Bruxaria Tradicional, então devemos refletir sobre esta questão, se para alguns Bruxaria Tradicional é totalmente diferente de Bruxaria, então qual seria a necessidade de utilizar a nomenclatura "bruxaria"? Nenhuma, pois a reforma de uma crença pode se tornar um caminho distinto e portanto sem vínculo com sua origem, o que foge totalmente a linha de preservação e tradicionalismo.

Eis o que separa a prática do rótulo! Para nós que seguimos as tradições na Bruxaria, fica claro o conceito de preservação, de regionalização das crenças, a origem do termo pagão para qualquer um que siga por crenças nativas e dedicadas a religiosidade da Floresta, aos cultos pré-cristãos.

Fora desta linha de pensamento o que temos? Uma "bruxaria moderna", renovada e contemporânea? Já temos a Wicca que aborda esta linha de pensamento, portanto a obra de Robert Cochrane é apenas uma idéia de reforma baseada senão na própria Wicca.

O Cochranianismo é baseada na reformulação de uma visão que nasce do neo-paganismo e que também o descarta como base posteriormente, criando assim uma visão totalmente exclusiva do que chamou de Traditional Craft ou seja feitiçarias tradicionais.

O mais interessante nesta questão é que o iniciador de Robert Cochrane foi Gerald Gardner, fundador da Wicca e ao qual admitiu ter sido iniciado em um grupo de Bruxos Tradicionais, portanto um contra senso acreditar que Robert Cochrane fosse o percursor oficial de alguma linha de Bruxaria Tradicional anterior ao surgimento da Wicca.

A questão é muito simples, tanto Gerald Gardner quanto Robert Cochrane, necessitavam dessa ligação com as crenças tradicionais britânicas, Gerald Gardner era um historiador amante do folclore e Robert Cochrane, em sua releitura do movimento wiccano criou algo mais voltado a feitiçaria, algo mais pragmático, adaptando as artes mágicas retiradas das diversas crenças tradicionais, chamando assim de Artes Tradicionais (Traditional Craft).
Esta visão não foge em nada as crenças da década de 70 e 80, quem viveu naquela época sabe do que estamos dizendo, o surgimento do movimento esotérico, de base mística que incluiam diversas filosofias, inclusive as orientais, gerando não apenas um conceito espiritualista, mas também um estilo de vida muito próprio.

Apenas lamentamos que ainda exista muito pouca informação e muitos dados soltos e que acabam por deixar ainda mais confuso o leitor, entretanto pensamos que os peregrinos persistêntes encontrarão bons ensinamentos independente da poluição de textos e conceitos diversos jogados na internet e que mais são um desserviço do que uma ajuda.

Gostaríamos de afirmar que NÃO temos parceria com o site Bruxaria.net, portanto os incentivos dado por este site são unilaterais e exclusivos à linha de Robert Cochrane , cujas práticas não são reconhecidas/ compatíveis as antigas crenças nativas pré-cristãs.

Qualquer dúvida, ficamos a disposição.

Para saber mais sobre a obra de Robert Cochrane, leiam seu livro e tirem suas conclusões:



Cordialmente,

Conselho de Bruxaria Tradicional

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bruxaria Tradicional - The Anam - Cára

"The Anam-Ċara experience opens a friendship that is not wounded or limited by separation nor distance. Such friendship can remain alive even when the friends live far away from each other. Because they have broken through the barriers of persona and egoism to the soul level, the unity of their souls is not easily severed." - JOHN O'DONOHUE

Excelente frase, aliás uma sábia frase, para os apaixonados pela cultura celta uma leitura e reflexão para o dia a dia.

Gratidão!
Ricardo DRaco


Bruxaria Tradicional - Caminho de Santiago- Enfrentando Inimigos

O Conselho de Bruxaria Tradicional indica este belo texto de Yellow Cat, mais artigos no blog: http://dannyyellowcat.blogspot.com/2011/03/licoes-do-caminho-de-santiago.html

 

Lições do Caminho de Santiago: Enfrentando Inimigos Ardilosos


No início do ano de 2008, quando num roupante tomei a decisão de que iria a Espanha, percorrer o caminho de Santiago da Compostela, já no mês seguinte, não tive - e nem pensei muito nisso - nenhuma preparação física especial.

Para mim, na inocência de quem não possui a vivência ainda, a questão era muito, muito simples mesmo, bastava caminhar. E caminhar eu já sabia! Ponto pacífico. Bastava ter a coragem de ir. Era para mim um exagero os relatos que cheguei a ler de pessoas dizendo que começaram a fazer caminhadas seis meses antes, com aumento gradativo da quilometragem, com treinos específicos para fortalecer a musculatura e coisas do tipo.

Acreditem, por mais que pareça imprudência da minha parte, na realidade, eu sabia que se me propusesse a realizar, sem sombra de dúvidas eu realizaria. Sempre tive boa saúde, não tenho força, mas tenho resistência e flexibilidade, enfim, meu corpo sempre me ajudou nas minhas loucuras.

E foi dessa forma que desembarquei em Madri, sem preparo algum, confiando nos limites do meu corpo que eu achava que conhecia. Eu sabia que era loucura, mas a minha alma gritava comigo e eu não podia deixar de atendê-la.

No meu terceiro dia de caminhada, depois de já passar por alguns desafios iniciais ( o meu primeiro dia no caminho cabe um relato a parte, que deixo para contar em outro post), eu já estava completamente exausta fisicamente.

Cada passo me era um grande esforço, a mochila parecia pesar bem mais que os quatros quilos pesados na alfandêga e pareciam ter colocado chumbo no meu tênis. Eu não tinha mapas, sabia apenas que devia seguir as setas amarelas e procurava alucinadamente por elas a cada pisada com medo de deixar de visualizar alguma e me perder. Tolice a minha! quando você não conhece nada de onde esta, jamais esta perdido. Ou melhor, já esta perdido de qualquer forma.
Quando eu conseguia uma referência que me indicava o quanto eu havia progredido, minha sensação era de ter andado 100 quilometros, quando para meu completo desânimo, haviam se passado um ou dois.
Parar e descansar era uma constante para mim.

Uma destas paradas se deu em algum ponto na cercanía de Logroño. Acredito que era um pouco depois do meio-dia. A paisagem era uma trilha aberta no meio de uma interminável planície, de onde, bem ao longe, distando uns três quilometros, se podiam ver montanhas que limitavam o horizonte. Encontrei um local onde era possível se encostar de forma mais acomodada, tirei o tênis, mas continuei de mochila, para dar menos trabalho ao recolocar e peguei no sono assim, na beira da estrada, no meio do nada.

Não tenho noção de quanto tempo fiquei ali, me recordo apenas de ter acordado com dois cachorros enormes e gordos baforando na minha cara. Imaginem o susto(especialmente para quem tem alma felina como eu!), abrir os olhos e dar de cara com um cão pastor te lambendo. Levantei o olhar, ainda um pouco atordoada pelo sono e pelos cães e a minha frente estava uma senhora, já com seus mais de 60 anos, que logo entendi ser a dona dos cachorros.

Não se assuste, eles não vão te fazer nada, são mansos, ela de pronto me falou toda sorridente.
Ao me erguer para conversarmos, ela continuou: "Você vai a Santiago? Quanto você andou hoje?"
Respondi que sim e naquela manhã eu havia caminhado quinze quilometros, pretendendo dormir no povoado seguinte, que daria pouco mais de cinco quilometros dali.

Sem muitos rodeios ela continuou: "Neste passo você não vai chegar. Conheço muitos peregrinos que passam por aqui e você esta muito lenta, precisa andar mais de vinte e cinco quilometros por dia pelo menos e você com quinze, não vai chegar. Sozinha ainda, é perigoso, tem muita gente que morre fazendo essa tolice"
Perdi as contas de quantas vezes ela me repetiu "No te vas a llegar en Santiago, peregrina"

Um profundo abatimento tomou conta de mim ao ouví-la. Pensei, "ela esta certa". Ela vive aqui, é uma velha, deve saber oque esta falando.

Era um despropósito estar ali, passando por aquilo, com tantas dores no corpo, com tanta sede, enquanto existiam tantos locais turístico para se visitar na Espanha, hotéis confortáveis e chuveiros quentes. Não era caminhar pelo meio do mato que iria mudar alguma coisa na minha vida, nem apagar aquelas dores de amor que todo mundo leva no peito. Eu não precisava passar por aquilo se não quisesse, era livre para mudar de rumo.

A mulher a minha frente continuava a sorrir e me dar certeza do fracasso. Cada vez mais perceptivelmente feliz por me perturbar. E eis que de dentro do mato, veloz como a luz, uma lebre cruza a trilha e é prontamente perseguida pelos dois cães. Esta cena me tirou do meu ensismesmamento como se me desse um tapa e meu próximo pensamento foi "eu sou veloz como a lebre e não retroativa como os cães".  Voltei-me então para a senhora, mirei bem o seu olhar e então entendi exatamente oque ela estava tentando fazer.

Mesmo tendo passado a sua vida inteira bem na reta daquela caminho ancestral e visto a incontáveis pessoas repetirem a mesma trajetória, em busca de seus sonhos, em busca de um encontro com sua própria essência, ela nunca houvera se atrevido a fazer o mesmo. Preferiu sempre o mais seguro, o mais sensato, permaneceu comedida e a margem da sua vida e obteve em contrapartida o mesmo comedimento sem emoção, sem paixão, insosso que doou a tudo e a todos. Foi refém de seus medos e chegava agora ao final da vida com a amargura de quem se privou do prazer. Era alguém triste, que ainda por medo de encarar sua própria covardia diante da vida, tentava minar os sonhos alheios para que não ficasse claro o quanto ela havia perdido. Se mais alguém desiste, então fica mais fácil de convencer de que a vida é difícil para todos e as coisas são assim mesmo.

Foram todas estas coisas que eu pude ler no olhar dela, vendo cada real intenção camuflada em cada palavra de desmotivação.

E eu quase me deixei enganar!
daí a importãncia de você não se basear no caminho alheio, ele jamais será o seu.

E o meu coração é forte, por isso não sou de me entregar sem lutar, também com um belo sorriso dei a nossa conversa por encerrada e disse a ela, "bom, vou caminhar e quero ver até onde eu chego."
Calcei o tênis e quando já me distanciava uns passos, numa última tentativa de me enganar, de me desviar do que eu havia vindo fazer ali, a triste mulher ainda me informou que se eu virasse a esquerda na trilha, saindo da reta, a cerca de dois quilometros iria encontrar uma fonte de água fresca, própria para consumo. Eu estava sedenta e dois quilometros, acreditem, para quem tem de caminhar muito, faz uma grande diferença, pode ser a escolha entre chegar ao seu destino aquele dia ou dormir no mato.

A sede era grande, mas não havia porque escutar qualquer conselho de alguém tão amargurada. Segui sedenta, mas não me desviei do caminho, segui sedenta, mas continuei caminhando.

Antes de chegar a próxima cidadela, cruzei com um senhor pastorando ovelhas e lhe perguntei sobre a tal fonte da qual a mulher me falara, para minha surpresa ele me disse que naquela direção não havia água, havia sim uma descida longa que não dava em lugar algum e por vezes confundia os peregrinos que não prestavam atenção nas setas  - e nos sinais - e seguiam pelo caminho errado.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A Parábola dos Porcos

Embora de conteúdo cristão, vale a pena refletir sobre a questão, principalmente dada a ignorância e intolerância que temos visto pelo mundo.

  Pérolas aos Porcos

Era uma vez um suinocultor que amava sua criação. Cuidava dos porcos com muito carinho. Todavia, sua pocilga nada tinha higiene. Entendia que os suínos só se sentiriam bem num ambiente malcheiroso e cheio de lama. Mas resolveu tentar uma mudança. Será que seus animais se adaptariam num local bem limpo?

Assim fez. Defronte à pocilga fétida, construiu uma com todos os requintes de assepsia: água abundante; vasilhames novos; alimentação balanceada; banhos diários dos animais com escovação e xampu abundante; iluminação adequada e outros benefícios.

Passados três meses, o criador estava feliz da vida. Seus porcos cresciam saudáveis e ganhavam peso mais rapidamente. Restava demolir a antiga e fedorenta pocilga. Antes de fazê-lo, pensou com seus botões: - Será que os meus queridos porcos se esqueceram mesmo da antiga morada? Será que estão evoluidos ao novo tratamento e não mais se lembram da velha e imunda habitação? Os porcos são passíveis de regeneração?

Era preciso ter certeza disso. Certo dia, abriu a porta das duas pocilgas e ficou observando. Cinco minutos depois, saiu o primeiro dos cinco suínos e correu para a pocilga imunda; depois mais um, mais outro e, finalmente, todos voltaram à velha habitação: “O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.22).

É possível que haja homens assim, que amam a imundície? É possível, apesar do conhecimento recebido que abram as portas para a sabedoria preferem um mundo obscuro, marginalizado e ignorante. Há os que estão com suas mentes tão engessadas só lhes resta a mediocridade e limitação da verdade própria. Sábia é a palavra que diz: “Não deis aos cães as coisas sagradas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mt 7.6) e “não fales aos ouvidos do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras” (Pv 23.9).
 
Att.
Conselho de Bruxaria Tradicional
 

BRUXARIA TRADICIONAL - Os 4 Caminhos da Bruxaria Tradicional

Os quatro caminhos na Bruxaria Tradicional Ibérica é um conhecimento passado de mestre a aprendiz, muitos discipulos acreditam que chegado o momento escolhem o caminho, quando na verdade é o caminho que lhe escolhe, por sua vocação, por suas habilidades e não pelo simples desejo superficial do ato de querer.

A tradição dos 4 caminhos veio da Casa de Asturias e passou a Casa de Galiza se espalhando entre os clãs pagãos do noroeste ibérico.

"E no caminho do Calvário oposto ao Rosal é que se ergue na Guarda, no alto da Colina, a beira mar, que na noite entre as sombras castrejas que o peregrino nasce como novo homem e lhe é apresentado o caminho". Algo muito mais que poético, mas somente legível para Bruxos Tradicionais que entendem os mistérios além das palavras.

Gracias

Ricardo DRaco
Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

BRUXARIA TRADICIONAL - Paganismo e Tradicionalidade

Como já descrevemos no site oficial de Bruxaria Tradicional no Brasil quais são nossas fontes de estudo e crença, nosso objetivo, como também já descrevemos que não temos nenhuma ligação com movimentos dissidentes da Wicca (década de 70), deixaremos ainda mais transparente as relações do Paganismo com a Bruxaria e com as Tradições da Terra.

Para nós o termo tradição tem o mesmo significado para qualquer pessoa, independente de crença, que entenda o mínimo da língua portuguesa, portanto o nosso foco aqui são as tradições da terra, e as tradições da terra podem ser entendidas pelo termo em latim (pagus), ou seja, campo, palavra esta que deriva o termo paganismo.

Fica claro que o nosso foco são as crenças campesinas européias, pré-cristãs e que se tornaram uma inspiração para os cultos neo-pagãos, como por exemplo, a Wicca e demais vertentes e dissidências. Sendo assim, o que foi criado a partir do final da década de 50 não é foco de nossos estudos, com isso afirmamos que a nossa visão de crença é específica e regionalizada.

Temos visto o uso do termo Bruxaria Tradicional para outras vertentes que nasceram na era moderna, o que acreditamos ser interessante ressaltar qual a origem, a ordem ou mesmo o fundador, para que não se misturem as visões ou que existam embates filosóficos, aos que são Wiccanos Tradicionais que utilizem o nome Garderneriano por exemplo, se seguem à linha de Robert Cochrane, que falem em nome de Tubal Caim, entretanto para se falar em nome destas ordens, pelo menos seja iniciado nas mesmas e tenha o aval destas instituições para falar em nome delas, pois o que temos visto é citar o título e expressar uma crença destoante da fonte.

A Bruxaria Tradicional de ONTEM a de HOJE e do FUTURO vão seguir, para nós, com as mesmas premissas e fundamentos, pois a crença e a preservação destes costumes são passados de geração a geração, isto reforça o termo tradicional, o conhecimento é preservado, pois sabemos distinguir o individuo contemporâneo do conhecimento ancestral.

Esta visão aqui demonstrada vai de encontro ao termo tradicional, vamos citar um exemplo que fique fácil à compreensão, o que é o protestantismo senão uma reforma e uma visão "modernista" sobre o catolicismo? Eis a diferença, a igreja protestante X não é a igreja católica, alias combate severamente à doutrina católica, o mesmo tem ocorrido com relação ao que colocamos, entretanto querem usar o mesmo nome e ai que as coisas se desencontram, nós não temos a mesma fé, não temos a mesma origem, não temos o mesmo idealismo, com isso declaramos que não estamos ligados aos movimentos ecléticos, globalizados, sem ligação propriamente com as tradições da terra ou com o paganismo.

Esta visão generalista, globalizada, feminista e modernista, esta muito mais ligada a Wicca do que ao tradicionalismo na Bruxaria tal como praticamos. O que temos observado é uma visão que se coloca até mesmo como um movimento a parte do neo-paganismo e esta visão foi muito representativa na década de 80 chamada de movimento místico ou esotérico e que também em nada se aproxima com as nossas crenças e tradições!

Afirmamos que respeitamos outras religiões, sendas, movimento, lifestyle, o que colocamos é que não somos uma releitura "Cochraniana" e não temos ligação alguma com esta visão, portanto que cada um fale de sua linha e que tenha propriedade para falar da mesma, no caso de Robert Cochrane que pelo menos seja iniciado nesta ordem, caso contrário será tido com mais um dos diversos palpiteiros que temos visto por ai.

Acreditamos que nossas crenças estão bem representadas em nossos artigos muito embora uma minoria mal esclarecida insista em criticas sem fundamento e ofensas sem propósito a pessoas e a instituições, pois até então o que fazemos é algo de iniciativa privativa e fechada a membros. Nossas ações são focadas para praticantes e simpatizantes e não para outros segmentos religiosos ou qualquer outra definição que queiram dar ao que fazem.


Cordialmente,

Conselho de Bruxaria Tradicional

quinta-feira, 14 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Olam Ein Sof - Brighid

Segue indicação de membro do conselho!


Música que traz um carinho especial. Acesse nosso Canal Musical! Sua contribuição é importante!

Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

BRUXARIA TRADICIONAL - Diablerie...

Como haviamos proposto, segue um descritivo e indicação de membro, veja os nossos canais de entretenimento no site!

Diablerie Noturna
Petrified, far beyond the veils of sanity
Lies cursed moon

Close your eyes, join me to see the naked moom
He must forgive our lust

Immortal words, running dowm through walls of holiness
What's your favorite sin?

Endless night, in the hands of innocent children must remain
The last lullaby

Amaratht, fading death flower...

Thou art worm, thou art but a worm, a weak worm
Enclousered by the moral veil
Thou art worm, yet a worm, a crawling worm
Here comes the death as...

Diablerie! Feed US!
Diablerie! Join US!

"All wholesome food is caught without a net or a trap"
no scent os amaranth

The path os excess, damned for the weakest foolish souls
leads to wisdom
Diablerie (tradução) Noturna
Diablerie
Noturna
Composição: Fábio Bastos

Petrificado, longe além dos véus de sanidade mental
As mentiras xingaram a lua

Feche os seus olhos, junte-me para ver a Lua
Ele deve desculpar a nossa luxúria

Palavras imortais, correndo por cima das paredes de santidade
Qual é o seu pecado favorito?

A noite infinita, nas mãos de crianças inocentes deve permanecer
A última canção de ninar

Amaratht, desbotando flor de morte...

Verme de arte de Thou, thou arte mas um verme, um verme débil
Enclousered pelo véu moral
Verme de arte de Thou, ainda um verme, um verme que rasteja
Aqui vem a morte como...

Diablerie! Alimentos os EU!
Diablerie! Junção os EU!

"Toda a comida sadia é pegada sem uma rede ou uma armadilha"
nenhum odor os amaranto

O caminho os excesso, condenado para as almas loucas mais débeis
leva à sabedoria.

Surgido em 2010 o projeto, Diablerie, com proposta de fazer um  doom metal moderno com influências de Industrial metal e letras sombrias tratando de temas vampirismo e  angustias existenciais
Surgido em 2010 o projeto, Diablerie, com proposta de fazer um som moderno e sombrio com influências de Industrial metal e letras sombrias tratando de temas vampirismo e angustias existenciais.

Aos leitores continuem a indicar músicas para nosso Canal Musical no site http://www.bruxariatradicional.com.BR

Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL - A Instituição que Liberta

Algumas dúvidas surgiram e vamos esclarecer na medida do possível, pois até o momento nada se cria a não ser críticas e cópias de nossos projetos, o que em ambas achamos positivo, a primeira nos dá a chance de trazer ao público que não estamos aqui para vender livros ou para domesticar ninguém e a segunda é que estamos divulgando boas idéias e projetos e desejamos que cada dia mais o conhecimento seja propagado aos irmãos que sofrem com a falta de acesso a informações.

O Conselho de Bruxaria Tradicional não possui imperadores, papas ou qualquer sumo grande sacerdote regente, tal como os conselheiros tem suas próprias diretrizes, seus grupos e estamos focados em projetos que levam conhecimento e vivência, não para afirmar se alguém é isto ou aquilo, até por que não temos interesse em prover consultas em divã e muito menos na individualidade de cada um, tratamos do contexto coletivo e promovemos possibilidades que venham a agregar na vida mágica de bruxos e magistas em geral.

Ser afiliado ao CBT é uma grande honra, pois a instituição dá a oportunidade de pessoas interessadas em magia poderem escolher um caminho, alias se afiliar a uma instituição mostra maturidade, entendimento que caminhar com fraternos é uma peregrinação bem mais interessante e próspera.

O reconhecimento de ser um bruxo e estar entre bruxos é algo muito natural, ele independe de uma pretensa "marca" de rebeldia e ignorância, alias um verdadeiro bruxo esta tão seguro do que é que não teme instituições, igrejas ou qualquer dispositivo social, e os que aqui estão permanecem em nossa casa com total liberdade para entrarem quanto para saírem, não temos a pretensão de domesticar ninguém, alias quem pensa muito nisso é por que já esta domesticado, senão por alguém pela sua própria ignorância.

O nosso foco é bem claro, e estamos em diversas comunidades, em diversas parcerias com pessoas e instituições, promovendo a oportunidade das pessoas se livrarem das opressões da sociedade, favorecendo o direito de crença, de liberdade religiosa.

A nossa origem pagã nos mostra que somos filhos da natureza, nós não somos hereges, pois não somos cristãos malvados, nós não cultuamos a religião cristã e nem ao Diabo, pois a nossa senda, as nossas tradições, o nosso agregado "bruxesco" nos provê com sabedoria o nosso caminho e não precisamos ficar como baratas perdidas pulando de galho em galho, de cultura em cultura, somos absolutos em nós mesmos, mas mesmo assim respeitamos a quem assim o faça, como respeitamos a todas as opiniões e ações por mais absurdas que sejam.

Nós conselheiros somos a favor das mudanças, que a marginalização nos leva ao preconceito, as restrições, e somos tão libertários que saímos do patamar das reclamações e vamos ao centro das questões para liberdade religiosa, para não sermos dominados pela ignorância da sociedade, quem não observa estas questões já esta domado e o pior cego.

Devemos deixar as críticas e diferenças conceituais e subirmos patamares maiores de entendimento sobre a vida, para aqueles que são ecléticos ou que seguem tradições "perenes" que fiquem com seus "mistérios" e marginalidades; aos que estão ligados as tradições vivas e concretas, que temos um idealismo comum e construindo fora do mundo virtual seguimos por um caminho muito traquilo, de sabedoria e desenvolvimento.

Não objetivamos a criação de bruxos e sim de laços de fraternidade e abrir a percepção que o mundo mágico esta muito além das diferenças filosóficas, esta muito além da visão da auto-suficiência prepotente, promovendo dispositivos para crescimento pessoal, agora entendam que ser bruxo não quer dizer muito, pois existem bruxos medíocres e sábios, a questão é como você norteia a sua vida e qual peregrinação quer seguir, existem muitos caminhos, mas com certeza os do ego nunca levam as boas paisagens.

Caros, sejam felizes, sendo ecléticos ou tradicionalistas, nos reconhecemos àqueles que nos são caros e fraternos, esta que é a grande verdade, se querem criar algo que seja de valor, que vá a favor da nobreza, da sabedoria, dos bons atos, isto sim mostra que se tem sabedoria e poder, falar mal dos outros é tocante a qualquer medíocre independe de crença ou fé.


Gratidão!

Ricardo DRaco
Conselheiro do CBT
Confraria para Sábios e Seres Livres e Pensantes

quarta-feira, 13 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A Marca da Maldição

"Foras Feasa ar Éirinn", Seathrún Céitinn, §46:
"Dála na ndruadh is é feidhm do-nídís do sheicheadhaibh na dtarbh n-iodhbarta a gcoimhéad ré hucht bheith ag déanamh conjuration nó ag cur na ndeamhan fá gheasaibh, agus is iomdha céim ar a gcuirdís geasa orra, mar atá silleadh ar a scáile féin i n-uisce, nó ré hamharc ar néallaibh nimhe, nó ré foghar gaoithe nó glór éan do chlos. Gidheadh an tan do cheileadh gach áisig díobh sin orra, agur fá héigean dóibh a ndícheall do dhéanamh, is eadh do-nídís cruinnchliatha caorthainn do dhéanamh agus seicheadha na dtarbh n-iodhbarta do leathadh orra agus an taobh do bhíodh ris an bhfeoil do chur i n-uachtar díobh, agus dul mar sin i muinighin a ngeasa do thoghairm na ndeamhan do bhuain scéal díobh, amhail do-ní an togharmach san chiorcaill aniú; gonadh de sin do lean an sean-fhocal ó shoin adeir go dtéid neach ar a chliathaibh fis an tan do-ní dícheall ar scéala d'fhagháil."
"Alicerce do Conhecimento sobre a Irlanda", Geoffrey Keating, §46:
"Quanto aos druidas, o uso que faziam dos couros dos touros oferecidos em sacrifício era guardá-los a fim de fazer conjuros ou lançar geasa sobre demônios. E muitas eram as formas em que lhes impunham geasa, tais como olhar fixamente suas próprias imagens na água, ou contemplar as nuvens do céu, ou escutar atentamente o barulho do vento ou o chilrear dos pássaros. Porém, quando falhavam todos esses recursos e viam-se obrigados a medidas extremas, o que faziam era formar cercados circulares de sorveira e lançar em cima o que fora oferecido em sacrifício, colocando o lado que estivera junto à carne mais elevado e confiando em suas geasa para chamar os demônios e deles obter informação, tal como hoje em dia faz no circo o prestidigitador, de onde vem o antigo ditado desde então corrente que diz ter alguém 'ido ao seu cercado do conhecimento' quando fez o máximo para obter uma informação."

"Geasa" é o plural de "geis", uma espécie de tabu (proibição ou obrigação) semelhante a um encantamento. Pode-se comparar as geasa a uma maldição e, ao mesmo tempo, um dom. Se alguém que se encontra sob uma geis violar o tabu, isso pode resultar em desonra e morte. Se, ao contrário, a "geis" for cuidadosamente observada, o resultado é o crescimento do poder pessoal.

As "geasa" aparecem com frequência nas narrativas sobre os herois, funcionando como um elemento-chave para desencadear o destino do protagonista. Um exemplo bastante conhecido é o de Cúchulainn, que estava sob o poder de duas "geasa" antagônicas: não comer carne de cachorro e aceitar qualquer alimento que lhe fosse oferecido por uma mulher. Quando uma bruxa inimiga lhe ofereceu carne de cachorro antes de uma batalha, ele foi obrigado a aceitar. A violação de um dos tabus (para obedecer outro) acabou levando-o à morte.

"Demônio", no texto de Céitinn, é a óbvia interpretação cristã padrão para as divindades e espíritos reconhecidos por outras religiões.
"Lançar geasa sobre demônios" significa, neste caso, realizar o rito necessário (o procedimento formal requerido) para levar os espíritos a fornecer uma informação desejada.
As "geasa" geralmente eram impostas por um druida ou por uma mulher, fazendo as vezes da Soberania ("Fláith"). Um excelente exemplo é Conaire Mór, cujas geasa, se desatendidas, provocariam a esterilidade da terra.
Retornando a Cúchulainn, a quebra do tabu fez com que ele perdesse a força de um dos braços. Obedecer as geasa, sobretudo para um rei, era sinal de sua integridade e adequação ao cargo - "fir flaithemon", a verdade do soberano, era o requisito principal para o soberano irlandês ideal.

Enviado por Bellovesos

segunda-feira, 11 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Amuleto de Proteção

Segue um belo texto sobre realizar um amuleto de proteção e bênção!

O CBT indica o site Essência:

Fazendo a Cruz de Brigid


As práticas e costumes referentes a Brigid ainda hoje são muito populares na Irlanda e na Escócia, especialmente na zona rural. A cruz de Brigid é feita de palha de trigo, um poderoso símbolo solar que é fixado nos telhados e no interior das casas e nas portas dos estábulos para proteção dos lares e do gado.
Veja mais no blog:
http://luabackdoorgirl.blogspot.com/2011/07/fazendo-cruz-de-brigid.html

BRUXARIA TRADICIONAL - Sabedoria e Vivência

Resolvemos escrever este agradecimento a todos os grupos de "Bruxaria Tradicional" que nos observam e resolvem seguir o nosso caminho por entenderem o quanto sábio e valoroso é o nosso caminhar, hoje vemos um processo muito bom de entendimento que Bruxaria não é somente ofício, não é somente trabalho, pois estão investindo em cultura, com indicação de filmes, livros e música, para nós é de grande satisfação, pois mostra que no fundo da questão, mesmo os que se colocam opositores ao que fazemos tem direcionado ao nosso foco de trabalho que é o agregado cultural-religioso-folclórico.

Temos interesse em incentivar também a musicalidade, sejam por músicas de meditação, sejam por músicas de crenças tradicionais, com isso dar mais recursos para quem busca praticar pelos caminhos ligados as tradições da terra.

Com o tempo temos percebido que em lugar da falta de conhecimento, os praticantes sábios observam uma fonte interessante de conhecimento e vivências no Conselho de Bruxaria Tradicional, pois estas crenças de base campesina e pagã tem encantado muitos magistas e folcloristas.

Lançamos o CANAL DE MÚSICAS


Quem puder ofertar indicações, serão bem vindas!

Att.
Conselho de Bruxaria Tradicional

quinta-feira, 7 de julho de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Eros e Psique

"Eros e Psique"
(FERNANDO PESSOA)
 
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia

BRUXARIA TRADICIONAL - Inspiração Divina do Ocultismo

As coisas do mundo são bem mais fáceis do que pensamos, elas se tornam mais complexas na medida que focamos na dificuldade das ações. Revendo alguns textos e artigos percebo o quanto alguns se perdem e ficam confusos com suas crenças, precisam sempre colocar as dificuldades e tortuosos momentos como base para caminhar, colocam crucifixos, caveiras, encruzilhadas, explicações mirabolantes,  e tantas coisas que olhando toda essa obscuridade, chego a pensar que não sobra espaço para luz, para lucidez, somente para a dificuldade, para tentar entender o oculto como se fosse necessário ganhar poderes para ver no escuro, o que sinceramente uma lanterna seria muito mais fácil.



O que posso dizer sobre o meu caminho é que ele é de extrema beleza, coeso, claro, tranquilo, sábio e gratificante, as pessoas se libertam, saem dos seus labirintos, se tornam melhores, ampliam sua visão sobre o mundo, tanto nesse mundo quanto em outros.

O ocultismo esta ai para ser revelado, para ser decifrado, é um caminho digno para gente que aprende a cada dia, que observa além dos seus limites, dos seus pensamentos e bloqueios.

Vejo o Conselho de Bruxaria Tradicional com esperanças muito concretas, a cada dia ajudando mais e mais pessoas a se encontrarem, a conhecerem, lembro que quando entrei na internet pela primeira vez, onde começamos a realizar este trabalho com chats e comunidades o objetivo era esse, mostrar um caminho alternativo e fazer parcerias e depois desses anos todos vemos que o objetivo continua o mesmo, o ideal não morreu, por mais que tenhamos encontrado dificuldades, decepções e tristezas, e digo mais! Valeu a pena, pois tivemos a oportunidade de criarmos algo que tivesse valor e sentido.


A internet é uma ótima ferramenta de divulgação, mas prefiro o contato físico, olho no olho, pois na internet temos muitos "sábios" e eu sempre preferi pessoas a personagens.

E a inspiração divina do ocultismo? Eis a grande resposta que muitos procuram, somente se desvenda o que esta oculto quando você se inspirar de tudo o que é divino e começar a pensar e agir com coesão e fluidez, fora disso viverá num mundo ilusório para tentar camuflar a sua verdadeira situação.

Ninguem aprende por que o outro ensina, aprende quando se permite escutar, absorver e levar para o seu dia a dia.

Oimelc nos espera, e com os festejos essa leveza primaveril, essa poesia e magia, que a divindade te inspire na arte da vida.

Gratidão!

Ricardo DRaco
Aquele que peregrina na Ibéria!
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil