sexta-feira, 29 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - SAMHAIN - Festival do Inverno Celta

SAMHAIN
Os dias ficam mais curtos e as noites mais longas, a melancolia e angústia batem a porta de cada lar celta, sendo tempo de guardar a colheita em lugar seguro bem como é a  época de sacrificar parte da criação defumadando sua carne para conserva-la . Tudo é pensado no sentido  para passar sem maior aperto o período de forte escassez que sabem não tardará em acontecer.

  Contudo, apesar de todos os esforços muitos sabem que não irão sobreviver por notarem não terem forças de superar o período de forte frio, doença e fome que está para chegar. São crianças, gente doente e pessoas idosas que tem consciência de que a morte está próxima e ao seu lado seus entes queridos que percebem esta realidade de antemão também prevendo o desfecho terrível ao mesmo tempo que temem pela própria vida já que nem é certo que eles mesmos apesar de jovens e saudáveis  cheguem vivos no verão. 
Neste  contexto surge o Samhain que é um Festival  realizado por volta do dia 31 de outubro quando marca a chegada da estação do inverno pelo Hemisfério Norte onde grandes fogueiras são acendidas nos altos das colinas em uma vã tentativa de trazer a luz de volta perdida do sol ao mundo imerso em trevas.   
Os celtas em suas crenças acreditam piamente que no Samhain as portas do submundo estão abertas, deixando a passagem livre para terríveis criaturas sombrias chegarem até ao mundo dos humanos e almas condenadas vagarem sem rumo entre os vivos, porém, nem tudo é terrível já que também neste dia os antepassados já falecidos podem ser invocados para proteção neste momento tão aflitivo. 
Nota-se um caráter catártico latente no Samhain para os celtas, isto é, todos estavam francamente aterrorizados em relação ao futuro pela experiência tidas em outros Invernos no passado e com este festival em parte aliaviavam suas tensões, brincando e celebrando com prazer a vida ao lado daqueles que amam.
De todos os Festivais este é o mais sóbrio na comemoração em termos do consumo de comes e bebes já que não podia se desperdiçar muito em virtude de poder depois guardar viveres durante o período do Inverno, havendo um clima reinante de ´´despedida´´ entre os presentes já que se intuia que muitos dos ali presentes poderiam morrer.
Escrito por ENIGM@

BRUXARIA TRADICIONAL - Feitiçaria

O termo feitiçaria vem do grego farmakía que significa algo como: "manipulação de remédios ou venenos", além da intenção de curar, os feiticeiros também usavam destas manipulações com ervas para induzir estados alterados de consciência para acender ao Mundo dos Espíritos.
 
O feiticeiro na pratica é um exímio conhecedor das substancias naturais para a cura e a causa de efeitos extrafisicos. 
 
Há pessoas que consideram a feitiçaria como um género mágico capaz de manipular a realidade física e astral, em diversas regiões do mundo segundo sua tradições mantém e evoluem a sabedoria alquimista através de práticas que saem fora da ciência comum.
 
Independemente disso a feitiçaria é uma pratica tradicional que se encaixa em varias culturas.
 
Feitiçaria esta relacionada com cultos às forças da natureza , ancestrais, com o uso de artes consideradas mágicas, à invocação de entidades , como por exemplo, espíritos, deuses, gênios ou demônios, ou o emprego de diversas formas de adivinhação.

Os praticantes e líderes da feitiçaria, designados de feiticeiros, gozavam de uma considerável influência social em diversas comunidades, sendo encarados como líderes religiosos ou conselheiros.

BRUXARIA TRADICIONAL - As Valquírias

As Valquírias de Odin

São os espíritos femininos chamados de Valquírias, que aguardam os guerreiros em Valhala (morada de Odin); e nenhuma descrição dos Deuses da batalha estaria completa sem elas. Nas descrições dos poetas, elas aparecem como mulheres usando armadura e montadas em cavalos, passando rapidamente acima do mar e da terra. Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala. Às vezes, porém, as Valquírias são retratadas como as esposas de heróis vivos. Supostamente, as sacerdotisas humanas se transforma­riam em Valquírias, como se fossem as sacerdotisas de algum culto.
Reconhecemos algo semelhante às Norns, espíritos que decidem os destinos dos ho­mens; as videntes, que eram capazes de proteger os homens em batalha com seus encantamentos; aos poderosos espíritos femininos guardiões apegados a certas famílias, trazendo sorte a um jovem sob sua proteção; e até a certas mulheres que se armavam e lutavam como homens, das quais existe alguma evidencia histórica nas regiões em tomo do Mar Negro. Pode também haver a lembrança das sacerdotisas do Deus da guerra, mulheres que presidiam os ritos sacrificais quando os prisionei­ros eram condenados à morte apos a batalha.
Aparentemente, desde tempos remotos, os germanos pagãos acre­ditavam em ferozes espíritos femininos seguindo os comandos do Deus da guerra, espalhando a desordem, participando de batalhas, agarrando e talvez até devorando os mortos.
O conceito de uma companhia de mulheres associadas a batalhas entre os germanos pagãos é ainda mais enfatizado pelos dois encantamentos que sobreviveram até os tempos cristãos. Um vem de Merseburgo no sul da Germânia, e é um feitiço para abrir as correntes. Ele descreve como certas mulheres chamadas "Idisi" (termo derivado do nórdico antigo, "dísir" - Deusas) se sentavam juntas, algumas travando fechos, outras segurando a equipagem e outras ainda puxando as correntes. Concluindo com estas palavras: "Salta fora das amarras, foge do inimigo".
Pode ser comparado a esse um feitiço em "Old English" contra uma dor súbita. A principio parece um feitiço simples e inócuo, até a dor ser visualizada como sendo infligida pelas lanças de determinadas mulheres sobrenaturais. Nesse ponto, o feitiço assume uma postura heróica.The Valkyrie's Vigil de Edward Robert Hughes
"Ruidosas eram elas, eis que eram ruidosas,
Cavalgando sobre a colina.
Tinham a mesma e única intenção,
Cavalgando pela terra;
Protege-te agora para escapar desse mal.
Sai pequena lança se aqui tu estás.
Sob o escudo de luz eu me coloquei,
Quando as poderosas mulheres
Preparavam o seu poder
E enviavam suas lanças ferinas"...

Mais adiante no encantamento são mencionadas armas atiradas pelos Deuses, e a impressão é que temos aqui algo que era originalmente um encantamento de batalha, como o de Merseburgo, que foi passado de geração em geração pelo mundo, até poder ser evocado por razões prosaicas. Uma segunda sugestão de mulheres sobrenaturais em outro encantamento é o termo "sigewif", mulheres da vitória, usado para descrever um enxame de abelhas.
Abrir e fechar correntes e amarras, atirar lanças e o poder de voar são atividades associadas à Odin. Em Hávamál (expressão daquele que é Grande), ele entoa um encantamento para providenciar "correntes para os meus adversários". Provavelmente não são amarras físicas, e sim para a mente, do tipo descrito em Ynglinga Saga (relatos dos antigos reis da Suécia):
"Odin sabia como agir de modo que seus inimigos em batalha ficassem cegos ou surdos ou tomados pelo pânico, e suas lanças não espetassem mais do que varinhas de condão".
Um exemplo vivido dessa condição é encontrado em uma das sagas da Islândia, Hardar Saga (36). O herói Hord estava fugindo de seus inimigos quando subitamente foi dominado pelo que e descrito como "corrente de guerra" (herfjgturr). Ele foi conjurado por meio de magia hostil:
A "corrente de guerra" veio para cima de Hord, e ele livrou-se uma e duas vezes. A "corrente de guerra" atacou uma terceira vez. Em seguida, os homens conseguiram cercá-lo formando um círculo de inimigos, mas ele lutou ate sair do círculo e matou três homens.
Essa atitude não deve ser confundida com pânico em batalha 'pois Hord era um homem excepcionalmente corajoso e um esplêndido guerreiro. Parece, antes, uma espécie de paralisia, como a que se experimenta em um pesadelo. Três vezes ele conseguiu se libertar, mas quando a corrente o atacou pela quarta vez, foi cercado novamente e morto. Vale dizer que um dos nomes das Valquírias é Herfjgturr, "corrente de guerra", a mesma palavra na passagem acima. A interpretação sugerida de um dos nomes das Alaisiagae, Friagabi, como "concedente da liberdade", pode ser relevante nessa conexão.
A literatura nórdica antiga nos deixou um retrato das dignificadas Valquírias montadas em cavalos e armadas com lanças; mas também sobreviveu um quadro diferente, mas rústico, de mulheres sobrenaturais ligadas a sangue e sacrifício. Criaturas fêmeas, às vezes de tamanhos gigantescos, despejam sangue sobre um distrito onde haverá uma batalha; às vezes, elas são descritas carregando cochos de sangue ou montadas em lobos ou são vistas remando um barco em meio a chuva de sangue caindo do céu.
Essas figuras geralmente são augúrios de luta e morte; elas às vezes aparecem para os homens em sonhos, e são descritas mais de uma vez nos versos dos escaldos, nos séculos X e XI. O mais famoso exemplo de uma visão em sonho e mencionado em Njáls Saga(sagas das famílias islandesas), que teria acontecido antes da Batalha de Clontarf, travada em Dublin em 1014. Um grupo de mulheres foi visto tecendo uma tapeçaria tétrica formada das entranhas de homens e pesada com cabeças decepadas. Elas estavam colocando a cena do fundo, que era de lanças cinza, com um carmesim. Eram chamadas pelos nomes das Valquírias. Um poema é citado na Saga, que teria sido recitado por elas, no qual declarariam que são elas que decidem quem deve morrer na batalha iminente:
"Tecemos, tecemos a teia da lança,
Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.
Não deixaremos que ele perca a vida;
As Valquírias tem o poder de escolher os aniquilados...
Tudo é sinistro de se ver, agora,
Uma nuvem de sangue atravessa o céu,
O ar esta vermelho com o sangue de homens,
Enquanto as mulheres da batalha entoam sua canção".
Esse poema, conhecido como "Darradarljod" ou "Passagem das Lanças", pode não ter sido necessariamente composto a respeito da Batalha de Clontarf; já foi sugerido que alguma outra batalha na Irlanda o teria inspirado. De qualquer forma, temos aqui, em um período relativamente prematuro, um retrato das Valquírias, "mulheres de batalha", que está de acordo com as outras descrições de terríveis criaturas fêmeas decidindo sobre a sorte dos guerreiros em batalha.
Outras figuras que mostram uma grande semelhanca as Valquírias dessa espécie são encontradas nas historias dos povos celtas. São elas, Morrigu e Bobd, mencionadas nas sagas irlandesas. Elas costumavam aparecer no campo de batalha ou às vezes se tomavam visíveis antes de uma batalha. Podiam tomar a forma de aves de rapina e geralmente faziam profecias de guerra e massacre.
A associação dessas mulheres de batalha com as aves de rapina que voam sobre um campo de batalha e interessante. No poema em "Old English, Exodus", o adjetivo para "escolhendo os aniquilados", "welceasig", é usado para descrever o corvo; e um dos mais antigos poemas em nórdico antigo, "Hrafnsmál" é em formato de um diálogo entre um corvo e uma valquíria. O corvo junto ao lobo é mencionado em praticamente todas as descrições de uma batalha em poesia composta em "Old English", e os dois animais eram considerados as criaturas do Deus da guerra, Odin.
Essas notáveis semelhanças entre as figuras de mulheres de batalha sobrenaturais na literatura dos escandinavos e dos germanos pagãos de um lado, e dos povos celtas de outro, são significativas. Conforme o escritor, Charles Donahue, sugeriu que havia uma crença em ferozes espíritos de batalha ligados ao Deus da guerra numa época em que os celtas e germanos viviam em contato próximo, durante o período romano.
Sem dúvida, a figura da valquíria na literatura nórdica se desenvolveu em algo mais dignificado e menos sanguinário como resultado do trabalho de poetas durante um considerável período de tempo. As criaturas alarmantes e terríveis que sobreviveram na literatura apesar desse esforço parecem, no entanto, mais próximas em caráter daquelas que escolhiam os aniquilados, conforme eram visualizadas nos tempos pagãos. (Os Deuses da Batalha) 

Fonte bibliográfica:
Hilda R. Ellis Davidson - Deuses e Mitos do Norte da Europa

BRUXARIA TRADICIONAL - Mitologia Nórdica

Mitos de Prose Edda
Histórias do Prose Edda sobre os Deuses e seus feitos. Eddas, ou simplesmente Edda, é o nome dado ao conjunto de textos encontrados na Islândia, originalmente em verso, e que permitiram iniciar o estudo e a compilação das histórias referentes aos personagens da mitologia nórdica. Escrito por Snorri Sturluson, por volta de 1220 d.C.
Os Deuses nórdicos são divididos em três raças: os Aesir, os Vanir, e os Jotnar. Os arquétipos dos Aesir estão mais ligados à sociedade, as facetas dos seres humanos, etc. Os Vanir estão mais conectados com a Terra, representando a fertilidade e as forças naturais benéficas aos seres humanos. Uma vez uma grande guerra entre os Aesir e os Vanir, mas acabou sendo restabelecidas e vieram morar com os Aesir para selar a paz.
Os Jotnar, a terceira raça de Deuses, vivem em constante batalha contra os Aesir, não há e nem nunca haverá paz entre eles. Os Jotnar representam as forças naturais destrutivas e o caos, que estarão sempre em conflito com os Aesir, que representam à sociedade e a ordem. Assim como o fogo e o gelo se misturaram para que o mundo pudesse ser formado, essa interação entre o caos e a ordem é que mantém o mundo equilibrado, a grande árvore do mundo: Ygdrasill.

Yggdrasil - Árvore do Mundo
Yggdrasil ou Ygdrasill, era uma árvore (um freixo) que, na mitologia escandinava, era o eixo do mundo. Nas suas raízes, que se espalhavam pelos nove mundos, cujas mais profundas estão situadas em Niflheim, ficavam os mundos subterrâneos, habitados por povos hostis. O tronco era Midgard, ou seja, o mundo material dos homens; a parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard "A Cidade Dourada", a terra dos Deuses, e Valhala ("O Salão dos Mortos"), local onde os guerreiros eram recebidos após terem morrido, com honra, durante as batalhas.

Conta-se que nas frutas de Yggdrasil estão as respostas das grandes perguntas da humanidade. Por esse motivo ela sempre é guardada por uma centúria de Valkírias, denominadas protetoras, e somente os deuses podem visitá-la. Nas lendas nórdicas, dizia-se que as folhas de Yggdrasil podiam trazer pessoas de volta à vida e com apenas um de seus frutos, curaria qualquer doença. (Fonte: Wikipédia)
“A árvore é o eixo do mundo em seu aspecto de atendimento de desejos, de frutificação – o mesmo aspecto exibido nos lares por ocasião do solstício de inverno, momento do nascimento ou retorno do sol, um jubiloso costume herdado do paganismo germânico”. Joseph Campbell - O herói de mil faces.
Yggdrasil é a árvore da vida, o alimento da alma e do corpo, o consolo do coração e o remédio que tudo cura. É o fim e o começo... Pois a árvore representa o núcleo do indivíduo que se encontra dentro de si mesmo – a fonte da vida, o saber divino e o destino de todas as coisas – a expressão máxima do mito nórdico. Que assim seja!
Rowena Arnehoy Seneween ® 

Os Principais Deuses Nórdicos
Muitos Deuses de Aasgard, como Snorri apresenta, têm um papel proeminente em seus mitos, e outros são mencionados brevemente. Mas vale lembrar que, entre os Deuses das culturas celtas e germânicas não há nenhum sincretismo, apenas a semelhança dos seus mitos e o convívio entre eles, num determinado período da história.
Conheça a seguir alguns dos principais Deuses do panteão nórdico.
- Aegir ou Egir: Deus que aparece como governante do mar, foi adorado e temido pelos vikings, era considerado a própria personificação do oceano e de sua poderosa força. Dizem que ele tinha nove filhas, que costumavam ser consideradas as ondas do mar. Associado ao caldeirão, dando a perceber claramente as ligações entre as tradições nórdicas e celtas, lembrando que foi em suas viagens pelo oceano a oeste que os dois povos se conheceram. Símbolos: o caldeirão e a água.
 - Baldur: Filho de Odin e Friga, amado por todos em Asgard, invulnerável às armas, pois os Deuses haviam prometido a Friga não feri-lo, menos Loki, que tramou sua morte. A arma que Baldur foi morto, segundo Snorri, seria o visco, esse detalhe ganhou grande proeminência por causa da importância do “ramo dourado” e do caráter sagrado do visco entre os druidas, mas que também poderia ser o nome de uma espada chamada Visco. Como uma divindade do céu, ele era considerado um Deus de fulgor e beleza. Seu nome poderia significar literalmente "o brilhante". Símbolos: a roda solar e o fogo.
- Frey: É o Deus da abundância e da fertilidade, que inspirava alegria e devoção. Divindade soberana da paz e da prosperidade, irmão de Freya, filho do Deus Njord e da Deusa Nerthus. Consta que ele possuía um barco, largo o suficiente para acomodar todos os Deuses, que podia ser dobrado e guardado numa bolsa, quando não estava sendo usado. Foi associado também ao cavalo, o javali, o elmo e as armas. Símbolos: a espada e a terra.
- Freya: Era a mais renomada das Deusas, irmã gêmea de Frey, chamada de “a noiva dos Vanirs”. Freya tinha muitos nomes, sendo conhecida como a Deusa do amor, da sexualidade e da beleza, também é a Deusa da guerra que recebe os heróis que morrem nos campos de batalha, juntamente com Odin. Podia assumir a forma de um falcão e viajar grandes distâncias. Associada a um tipo especial de feitiçaria conhecida como Seidr, às jornadas xamânicas e à adivinhação, geralmente chamada de Volva. Freya viajava numa carruagem puxada por gatos, que sugere que os gatos também estavam entre os espíritos de animais que a auxiliavam em sua viagem sobrenatural. Símbolos: a lança e a terra.
- Friga: Rainha do Céu, a misteriosa companheira de Odin, como ele, sabia do futuro dos Deuses e dos homens. Associada à fetilidade, ela é considerada a Deusa do casamento, da família, do destino e das crianças. Simboliza a manutenção da ordem, da harmonia e da paz. Friga é a única figura maternal existente em Asgard, considerada a Grande Mãe dos povos nórdicos. Seu nome na forma antiga germânica, Frija, faz referência à sexta-feira, considerado um dia de sorte para os casamentos. Símbolos: a cornucópia e a terra.
- Heimdall: É o guardião da ponte do arco-íris que leva a Asgard, morada dos Deuses. Sua audição é tão boa que ele pode escutar a grama nascendo na Terra ou a lã crescendo no dorso da ovelha. A simbologia da ponte do arco-íris é vasta, pode significar a conexão entre a matéria e o espírito, e a ligação entre os homens e os Deuses. É Heimdall que dá o sinal para os Deuses que o Ragnarok começou. Símbolos: Símbolos: a trompa e o arco-íris.
- Iduna: Deusa da juventude e mulher de Bragi, Deus da poesia. Ela é responsável pela saúde dos Deuses, que precisavam comer uma maçã por dia, vinda do seu cofre de madeira feito de freixo, para manterem sua juventude e força, conhecidas como as maçãs douradas da imortalidade. Em determinada ocasião, Loki transformou Induna e suas maçãs numa noz, uma associação à eterna juventude de nozes e maçãs aos mitos irlandeses. Símbolos: as nozes e a maçã. 
- Loki: Loki, talvez, seja o personagem de maior destaque entre os Deuses do norte. É ele que traz a comédia aos reinos dos Deuses e a tragédia à história de Baldur. Loki é uma figura sinistra e poderosa, porém é mais um ser manhoso e traquino, que perverso, por vezes, escandaloso e de língua ferina, insulta os Deuses e as Deusas com suas revelações maliciosas. Ele participa de várias aventuras em campainha de quase todos os habitantes de Asgard, com exceção de Frey. Tem certos poderes mágicos e o mais notável é a habilidade de mudar de forma. Símbolos: o cavalo e o fogo.
- Mimir: O Gigante, guardião da Fonte da Sabedoria e amigo de Odin. O mais sábio dos Deuses nórdicos, Mimir teve sua cabeça decepada, mas Odin manteve a cabeça viva e a consultava para saber segredos ocultos. É um dos deuses gigantes antigos. Obteve todo o seu conhecimento ao beber do poço da Grande Sabedoria nas raízes de Yggdrasil. Mimir, também chamado Ymir, deu origem aos anões com as partes de seu corpo ao morrer. Símbolos: a cabaça e a fonte.
- Nornes: Deusas do Destino: Urd, Verdandi e Skuld. São as três irmãs que tecem o destino dos homens em seus teares. Guardam a Yggdrasill, a árvore do mundo, que sustenta a Terra.Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é muito velha e vive olhando para trás, por sobre os ombros. Verdandi é uma jovem e olha sempre para o presente e finalmente Skuld, vive encapuzada e possui um pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro. Símbolos: a roda em movimento.
- Odin: Odin é o Pai de Todos, relembrado hoje como o Deus da guerra e da fúria dos vikings. Contudo, ele tem outros aspectos até mais importantes que esses. Nas Eddas, ele é o líder dos Deuses, mas essa posição originalmente era de Tyr, pois Odin tornou-se soberano durante a Era Viking, onde um Deus mais astuto era mais importante que um Deus radicalmente justiceiro. Odin é o Deus da sabedoria e do poder mágico, pois foi ele que resgatou as runas, o alfabeto que guarda os mistérios do universo. Odin também é considerado Deus da morte, por que ele juntamente com Freya, recebiam os guerreiros que chegavam em Valhalla. Símbolos: os corvos: Munin e Hugin, os lobos: Geri e Freki, o cavalo Sleipnir, e a lança Gungnir.
- Thor: Filho de Odin e Jord - gigante, a Terra - provavelmente, é o Deus mais conhecido entre os Deuses nórdicos. Ele é um Deus simples, o patrono dos guerreiros e do povo. Thor é conhecido pelas suas grandes aventuras e por suas batalhas contra os gigantes. Possui uma tremenda força e o martelo Mjölnir, que foi feito pelos Anões. Mjölnir é considerado o maior tesouro dos Deuses por ser a proteção contra os gigantes. Thor é associado ao trovão, também é o Deus da chuva e das tempestades. Símbolos: o martelo e a biga.
- Tyr: Embora raramente seja lembrado nos dias de hoje entre os Deuses mais populares, Tyr é extremamente importante. Ele é o Deus da guerra, da justiça e da nobreza. O mito mais importante envolvendo Tyr mostra tanto bravura quanto honra. Foi ele que perdeu sua mão, para que o Lobo Fenris pudesse ser capturado pelos Deuses. Símbolos: a lança e o escudo.
- Skadi: É a Deusa do Inverno e da caça, casou-se com Njord, Deus dos Mares, porque acabou se confundindo no concurso de pés mais bonitos. Ela queria se casar com Balder, por isso seu casamento não era tão feliz, também é a Deusa da Justiça, da Vingança, e da Cólera. Símbolos: montanhas e locais altos. 
- Valquírias: Espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio de Odin, onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em combate. Símbolos: a lança, o cisne e o capacete.

Os mitos podem nos levar a descobrir mais sobre nossa herança espiritual, e talvez perceber alguns dos defeitos no desenvolvimento espiritual do mundo moderno. O estudo da mitologia não precisa mais ser visto como uma fuga da realidade para as fantasias por parte dos povos primitivos, e sim como uma busca pela compreensão mais profunda da mente humana. Ao nos aventurarmos em explorar as distantes colinas habitadas pelos Deuses, estaremos talvez, descobrindo o caminho de casa.
Fonte bibliográfica:
Hilda R. Ellis Davidson - Deuses e Mitos do Norte da Europa

quinta-feira, 28 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Falando sobre a Deusa

Conhecemos muitas pessoas dentro do paganismo que cultuam a "Deusa", outro dia conversando com uma magista, a cada 10 palavras uma era "a Deusa", e fiquei pensando sobre o termo e qual seria o motivo para que falássemos sempre no sentido genérico da palavra, visto também que estas pessoas não seguiam a religião da Deusa, ou seja, a Wicca.

A resposta é simples, é que o significado de Deusa esta intimamente ligado a Mãe Natureza, esta visão vem do século XVIII no período do romantismo. A lógica seria algo como sendo uma representação da Natureza, portanto uma divindade e que esta divindade é mãe, pois nutre e estabelece o equilíbrio com todos os seres, sejam deste reino como da magia.

Também temos a visão da Mãe Natureza mesclada com a visão cristã, e portanto, o uso do termo Nossa Senhora.

O termo genérico de divindades não é algo raiz na Bruxaria Tradicional, por conta da forte ligação politeísta e a personalização dos deuses, é como citar o deus do mar e este deus não ter nome, não ter mito, e assim algo muito vago e superficial para o culto tradicionalista.

Para separarmos o tradicionalismo do extremismo, digo que tanto a palavra deusa ou senhora podem ser empregadas, porém é cabível uma referência do panteão de culto quando questionado, como também o entendimento mitológico.

Att.

Ricardo DRaco
CLAN - Círculo de Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

quarta-feira, 27 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Platão entendia a arte como imitação

Platão entendia a arte, principalmente, como imitação.

Ele associava a arte, em uma perspectiva negativa, a sua teoria do conhecimento.   
Se, para ele, tudo o que pertence à esfera da aparência é cópia dos modelos perfeitos presentes no intelecto, ou seja, das ideias...

...a arte, uma vez que imita a natureza e a vida, seria mera cópia do que já é cópia.
Enquanto cópia da cópia, a arte estaria três graus distante da verdade, pois sequer seria cópia das formas perfeitas.

Portanto, quando um pintor ou um escultor imita a forma de uma mesa, por exemplo, não busca seu modelo no intelecto, mas na vida prática, na mesa produzida pelo marceneiro.     
  Apenas pretende provocar no espectador a percepção sensível de que aquilo é uma mesa. A mesa do cenógrafo pode ser feita até mesmo de isopor!

... [ argumentos de Platão para criticar a arte ] ...

O texto que segue mostra os argumentos de Platão para criticar a arte e entendê-la como nociva em sua função educativa. A função da arte, para ele, seria confundir as pessoas, distanciando-as, por intermédio das imagens, do verdadeiro conhecimento, que é puramente racional e não sensível...
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Segue referência filosófica - A República. Livro X

Sócrates – Entre todas as razões que me levam a crer que o plano de nosso Estado é tão perfeito quanto possível, nenhuma sobreleva o que estabelecemos sobre a poesia.
Glauco – O que estabelecemos?
Sócrates – Não admitir a parte puramente imitativa da poesia. Agora que já deixamos nitidamente traçada a distinção que existe entre as partes da alma, me parece mais claro que nunca se deve dar acolhida a essa espécie de poesia.
Glauco – Como entendes isso?
Sócrates – Vou dize-te em confiança, na certeza de que não irás delatar-me aos poetas e trágicos nem aos outros imitadores. Parece-me que esse gênero de poesia é veneno para os que o ouvem, quando não prevenidos com seu antídoto, que consiste em saber dar o justo valor a tais coisas.
Glauco – Que é que te leva a falar assim?
Sócrates – É o que te vou dizer, posto que sinta a língua como travada de certa ternura e respeito que desde menino sinto para com Homero. Porque de Homero se pode dizer que é o precursor e o mestre de todos os poetas trágicos. Como, porém, meu respeito à verdade é maior que o que devo aos homens, cumpre-me explicar meu pensamento.
Glauco – Muito bem.
Sócrates – Escutai-me, pois; ou melhor, responde-me.
Glauco – Interroga.
Sócrates – Sabes dizer-me o que é em geral a imitação? Porque eu, por mim, mal chego a lhe compreender a natureza?
Glauco – E achas, então, que eu é que hei de compreendê-la melhor?
Sócrates – Não seria de admirar. Porque sucede, às vezes, que os de vista curta percebem os objetos primeiro que os de olhos perspícuos.
Glauco – Isso acontece, decerto. Jamais, porém, ousarei dizer em tua presença meu parecer sobre o assunto. Por isso te rogo que olhes e veja por ti mesmo.
Sócrates – Estás de acordo em que procedamos, nestas indagações, segundo nosso método ordinário? Consiste este, como sabes, em abraçar uma ideia geral, uma multidão de seres que subsistem à parte, aos quais abrangemos sob o mesmo nome. Não entendes assim?
Glauco – Entendo.
Sócrates – Tomemos então uma das muitas espécies de seres. Por exemplo: há uma multidão de leitos e mesas.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Todos porém abrangidos sob duas ideias apenas: a de leito e a de mesa.
Glauco – Sim.
Sócrates – Também costumamos dizer que o artífice que faz um ou outro destes móveis, trabalha segundo a ideia que tem na cabeça quando produz uma destas mesas ou destes leitos que servem para nosso uso. O mesmo se dirá dos outros móveis. Porque, certamente, não é a própria ideia do móvel, o que o artífice fabrica. Poderia ser?
Glauco – Certo que não.
Sócrates – Vê agora que nome convém dar ao artífice que eu que vou mencionar.
Glauco – Qual?
Sócrates – O que faz sozinho tudo o que os outros artífices fazem separadamente.
Glauco – Bem hábil artífice, decerto, e mui digno de admiração, há de ser esse tal.
Sócrates – Pois ainda vais admirá-lo mais, que eu não disse tudo. Não só este artífice tem o talento de fazer todas as obras de arte, mas também faz todas as obras da natureza, as plantas, os animais, em suma tudo o que existe, e ainda, enfim, se faz a si mesmo. E ainda não é tudo: faz a terra, o céu, os deuses, tudo o que há em cima dos céus e embaixo da terra.
Glauco – É, de todo o ponto, artífice admirável!
Sócrates – Tens ar de quem duvida. Mas reponde-me. Crês que não há absolutamente semelhante artífice, e que isto só se pode fazer em certo sentido e não em outro! Não percebes que tu mesmo seria, de certo modo, capaz de fazer tudo isso?
Glauco – Mas, por favor, de que modo?
Sócrates – Não é difícil: faz-se até com freqüência e em muito pouco tempo. Queres a prova imediata? Toma de um espelho e volta-o em todas as direções: farás, num ápice, o sol, todos os corpos celestes, a terra, a ti mesmo, os outros animais, as plantas, as obras, tudo enfim o que dissemos.
Glauco – Sim, farei tudo isso, decerto, mas só na aparência; nada, porém, de verdadeiro e real.
Sócrates – Muito bem. Entras perfeitamente no meu modo de pensar. O pintor é aparentemente um artista desta espécie. Não?
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Dir-me-ás, talvez, que nada há de real em tudo quanto ele faz. No entanto, o pintor também, de certo modo, faz um leito.
Glauco – Sim: um leito aparente.
Sócrates – E, quanto ao carpinteiro, não acabas de dizer que não faz a própria ideia, qua chamamos a essência do leito, senão um certo leito particular?
Glauco – É o que eu disse.
Sócrates – Se pois não faz a própria essência do leito, nada faz de real, mas somente uma coisa que representa o que, verdadeiramente é: e, se alguém sustentasse que a obra do carpinteiro ou de qualquer outro artífice tem existência real e perfeita, arriscar-se-ia a não dizer a verdade.
Glauco – É este, pelo menos, o parecer dos que cogitam de tais questões.
Sócrates – Não admira, pois que de tais obras não se tire muita luz para o conhecimento da verdade.
Glauco – Certo, não admira.
Sócrates – Queres agora que, a respeito do que acabamos de dizer, examinemos que ideia se deve formar do imitador desta espécie de obras?
Glauco – Sim, se te apraz fazê-lo.
Sócrates – Há, pois, três espécies de leito: uma, que está na alma, e cujo autor, em minha opinião, se pode dizer que é Deus. A que outro ser, de fato, se poderia atribuir?
Glauco – A nenhum.
Sócrates – A segunda espécie é a que faz o carpinteiro. A terceira a que é da competência do pintor; não é assim?
Glauco – Certamente.
Sócrates – Assim, pois, o pintor, o carpinteiro e Deus são os três artífices que ocupam o primeiro lugar da feitura destas três espécies de leitos. Quanto a Deus, ou por haver assim querido ou porque, de necessidade, tivesse de fazer apenas um leito essencial, certo é que não faz senão uma essência, que é o leito propriamente dito: nunca produziu, nem produzirá jamais, nem dois nem muitos leitos.
(...) Querendo ser verdadeiramente autor, não de tal leito particular – o que o teria confundido com o carpinteiro – mas do leito verdadeiramente existente, produziu Deus o leito que é um por sua natureza.
Glauco – Deve ter sido assim.
Sócrates – Convém que demos a Deus o nome de autor do leito ou algum outro semelhante? Que te parece?
Glauco – É este, decerto, o título que o convém, porquanto fez por natureza a essência do leito e de todas as outras coisas.
Sócrates – E o carpinteiro, como lhe chamaremos? Artífice do leito?
Glauco – Sim, sem dúvida?
Sócrates – E do pintor, que diremos? Que é artífice ou autor?
Glauco – Nem um nem outro.
Sócrates – Que é ele, então, com referência ao leito?
Glauco – O único nome que se lhe pode razoavelmente dar é o de imitador da coisa de que outros são artífices.
Sócrates – Muito bem, diremos, pois, imitador o que dá a luz uma produção afastada da verdade por três graus. Assim, quem compõem tragédias, na sua qualidade de imitador, está três graus afastado da verdade. E o mesmo sucede com os outros imitadores. Agora que estamos de acordo sobre a ideia que se deve fazer do imitador, responde-me a outra questão. Tem o pintor por objeto de sua imitação o que, na natureza, é um em cada espécie, ou, antes, trabalha sobre as obras de arte?
Glauco – Imita as obras de arte.
Sócrates – Tais como são ou tais como parecem? Explica-me este ponto.
Glauco – Que queres dizer?
Sócrates – Apenas isto: um leito é sempre o mesmo, quer se olhe de frente, quer se olhe de soslaio ou de qualquer maneira; mas, embora sendo o mesmo, parece-nos diferente. O mesmo se dá com os outros objetos.
Glauco – Sim, a aparência é diferente, embora o objeto seja o mesmo.
Sócrates – Reflete agora sobre o que te vou dizer. Qual é o objeto da pintura? O de representar o que é, tal qual é, ou o que parece, tal qual parece? É imitação da aparência ou da realidade?
Glauco – Da aparência.
Sócrates – Logo, a arte de imitar está muito distante do verdadeiro; e a razão porque faz tantas coisas é que não toma senão uma pequena parte de cada uma, e esta mesmo não passa de simulacro ou fantasma. Um pintor, por exemplo, representa-nos um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem ter nenhum conhecimento de suas respectivas artes. Isso não impede, se é bom pintor, de iludir às crianças e aos ignorantes, mostrando-lhes de longe um carpinteiro por ele pintado e que tomem por imitação da verdade.

Fonte: PLATÃO. A República. Livro X. São Paulo: Atena editora, s/d

terça-feira, 26 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A ANTROPÓLOGA

A ANTROPÓLOGA *** Fernando Boppré




O Blog Comunidades da RTP Açores saúda, com grande alegria, as comemorações que antecedem a estréia do filme A ANTROPÓLOGA,de Zeca Nunes Pires e, de modo especial, parabeniza pela pré-estréia que acontece na noite de hoje, 26 de Abril e com lançamento no circuito comercial no próximo dia 29 em todos os cinemas de Florianópolis,Ilha de Santa Catarina.
A RTP Açores é a grande parceira cultural no apoio a este projeto,desde o seu início, com cessão de material de Arquivo, participação de voz duma das suas locutoras e com a divulgação que, via rádio, tv e web, tem sido feita nos Açores.
A RTP Açores, segundo, seu director Pedro A.Bicudo, segue com muita atenção e grande empenho o desenvolvimento deste projeto. Fez questão,desde a primeira hora,que esta parceria da RTP Açores seja visível e efetiva, como fruto de uma grande cooperação cultural que aproxima e fortalece os laços entre Açores e Santa Catarina.

É desejo que a apresentação-estreia em Portugal, que será feita nos Açores seja o mais atempadamente possível.

O enredo do filme A Antropóloga desenvolve em torno da vinda de uma antropóloga açoriana da Ilha do Pico à Ilha de Santa Catarina para investigar o imaginário bruxólico e ali depara-se com o clima de mistério e encantamento do lugar que foi povoado por açoriano no século XVIII.
Através do olhar da antropóloga Malu a Costa da Lagoa se transforma em cenário de experiências iniciáticas emocionantes, que revelam um mundo oculto do sagrado e da magia.
O enredo de A Antropóloga é também uma homenagem às tradições populares de Florianópolis e à obra do artista plástico,historiador e pesquisador Franklin Cascaes.
Giba Assis Brasil, da Casa de Cinema de Porto Alegre assina a montagem, Silvia Beraldo responde pela criação da música original e Maria Emília de Azevedo a Produção Executiva. O roteiro foi criado por Tânia Lamarca e Sandra Nebelung, a partir de um argumento de Tabajara Ruas. E a Direção é do competente cineasta Zéca Nunes Pires.

Lélia Pereira da Silva Nunes
Florianópolis,26 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - QUEM NUNCA FOI VILÃO?

O Conselho de Bruxaria Tradicional indica: O blog da Sapinha "Coaxando na lagoa"


"Todos têm certo potencial para ser vilões. Basta uma frase equivocada, não responder a algumas ligações, não corresponder às expectativas dos outros. Pode ter certeza. Você já foi a pessoa má, insensível e ingrata da vida de alguém mesmo sem querer.
Relacionamentos novos só começam porque antigos terminaram. E para quem se sente excluído dessa regra, pode parecer que foi você quem praticou o ato de vilania. Pense nos foras que você já deu, nos amigos que decidiu não ver mais e nas mensagens que nunca respondeu. "

BRUXARIA TRADICIONAL - Lapidação

Conselho de Bruxaria Tradicional indica o novo texto de Lontra Voadora.
Mais do texto no blog: http://lontravoadora.blogspot.com/2011/04/lapidacao.html


"Antigamente quando ouvia os Bruxos mais velhos falar sobre o refinamento pelo qual temos que passar, acreditava ser este apenas um fator coadjuvante em meu aprendizado na bruxaria. Porém, as mudanças têm comparecido com tanta intensidade e frequência que certas vezes levanto como uma pessoa e deito como outra para acordar no outro dia como uma nova."


"Algo me instiga muito quando penso em Bruxaria: Como podemos aprender sobre o universo a fora, quando se quer nos compreendemos em nosso particular? Esta é a catapulta que me estimula a estudar minha própria personalidade interando-se por seu módus operandi à sociedade. De certa forma muito do que escrevo carrega uma parcela do aprendizado que venho recebendo, documentando lapsos de minha peregrinação."


Enterrando os mortos

O
Corvo certa vez me chamou a atenção, dizendo que devo procurar absorver os ensinamentos do Draco em sua essência nas poucas palavras deferidas... Deveria eu então, saboreá-las ao invés de tentar racionalizar encaixando-as nos meus complexos quebra-cabeças que acabam por criar labirintos para os quais não encontro soluções e distorcem o sentido subliminar do que me é passado. Pois bem, constantemente aprendo que devemos enterrar o que está morto. Até um tempo atrás isso me soava algo pouco sem sentido... Mas hoje entendo a importância e percebo que ao enterrar o que está morto você se dá a chance de se deleitar na energia do renascimento, fazendo-a verter com impulso de criação por um gargalo maior e focando-a com maior precisão... O que lhe torna mais centrado, exato e impecável em suas expressões.

Mas porquê temos tanta dificuldade em abandonar o que está morto, sendo que certas vezes apodrece e chega a cheirar mal (numa metáfora a determinados relacionamentos)? À princípio parece difícil, mas se analisar o disperdício de tempo, energia, saúde, dinheiro e possibilidades que se tem ao alimentar aquilo que sabe que não vingará... A insistência converge para uma verdadeira idiotice.

Mais do texto no blog:
http://lontravoadora.blogspot.com/2011/04/lapidacao.html


Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil
http://www.bruxariatradicional.com.br/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Lenda da Fonte do Castro

Tal como acontece a muitas fontes, rochedos, grutas, ruínas, etc., também à Fonte do Crasto, em Navais, anda associada a tradição da Moura Encantada. Situada a nascente da Estrada Nacional nº 13, esta construção foi durante séculos o único ponto de abastecimento de água do lugar. Demitida desta ancestral função viu-se duplamente penalizada; sofreu o abandono “físico” e até o esquecimento no imaginário popular da memória concreta da lenda a ela associada. Hoje para a maioria das suas gentes a recordação da Moura Encantada* é muito ténue, a exemplo destes versos cantados pelo Grupo Folclórico de Navais:

“No tempo dos meus avós
Já a minha avó me contava
Que havia lá um tesouro
E uma moura encantada”

Implacáveis, os Tempos Modernos “mataram” a Moura ferindo-a na sua própria essência, foi apagada do Maravilhoso Popular, do qual era uma das mais poéticas criações. Agora só lhe resta trocar de refúgio, recolhendo-se às páginas dos livros.

A nível nacional era grande a variedade de relatos: um dos mais característicos era o do homem abordado por sedutora mulher de longos cabelos dourados que lhe propunha a passagem, no dia seguinte, para contactos eróticos em troca de objectos preciosos por ela guardados. Se o interpelado acedesse ao convite encontraria uma cobra a quem deveria beijar. Como a quebra do compromisso ou o medo no momento parecia afectar todos os “candidatos a desencantadores de Mouras” as fabulosas riquezas continuavam uma miragem inalcançável. A Moura Encantada assumia, portanto, duas formas: a de cobra e a de gentil donzela que prometia tesouros e riquezas inesgotáveis àquele que lhe quebrasse o fadário.

A esta lenda andam associadas, sobretudo, duas vertentes: a de divindade ou génio feminino das águas (fontes, rios, ribeiros, poços, etc.) e a de guardadora de tesouros encantados. Uma particularidade interessante era a sua paixão pelo leite, o que se explica pela confusão entre as mouras e as cobras, sob cuja forma apareciam. Está “arreigado no nosso povo a crença de que quando há uma criança de mama que está magra, é porque de noite uma cobra vem mamar no peito da mãe, metendo o rabo na boca da criança para a enganar. Também se crê que para apanhar uma cobra basta colocar no sítio onde ela costuma aparecer, um alguidar de leite” (1). Outro elemento curioso era o que supostamente ocorria na noite e madrugada de S. João, momento em que a moura se libertava e, em figura humana, vinha pentear os seus cabelos de ouro.

Para os etnógrafos a esta lenda caberia a função de sacralizar a terra e o trabalho agrícola. A Moura personifica a Mãe Terra e a cobra apresentada como um animal solidário da mulher. Da combinação destas duas simbologias resultaria a valorização do trabalho agrícola (as riquezas douradas da Moura eram ancinhos, cavalos, bois, etc.) e revelar-se-ia o poder da mulher na agricultura.

A identificação de “Moura” como feminino de mouro é errónea. Convém lembrar que os muçulmanos nunca chegaram a dominar o norte do país e era precisamente aquique mais se encontrava implantado este mito. A origem, embora difícil de determinar com segurança, deve-se procurara noutra área: Moira (termo grego) era o nome dado às deusas tecedeiras. Também se pode aproximar a palavra moira de Mairas, dos antigos Germanos, ou ainda de Morgana ou Muriguen, deusa celta.



Mª Jesus (1) Pedroso, Consiglieri – Contribuições para uma mitologia popular portuguesa e outros escritos etnográficos, Lisboa, Dom Quixote, 1988, p. 223
 

BRUXARIA TRADICIONAL - Culto das Pedras

Culto das pedras

É certo que não eram adoradas todas as pedras e possivelmente uma pedra não era adorada por si própria, era-o, como referiste, na medida em que era um altar da divindade. Contudo, para os povos primitivos, não havia a mesma distinção entre o altar e a divindade, que haverá para nós. E a pedra escolhida era sempre especial, teria que emitir um determinado padrão vibracional, que não poderia ser alterado.

Mas, se pensarmos bem, talvez seja o mesmo princípio que leva, na tradição popular, a que, antes de a usar, se “acorde” a àgua que se trouxe de uma fonte sagrada e que se guardou num recipiente, em casa. Longe da fonte sagrada, o carácter sagrado dessa água fica inerte, “adormecido”, sendo necessário invocá-lo novamente, ou seja, “acordá-lo”. Por aqui vemos que o carácter sagrado não reside na própria água e que também esta é um veículo do sagrado.


Evolução e conduta

Na minha perspectiva, a realidade é ilusória, esta minha vida não passa de mais uma viagem… E, na minha maneira de ver as coisas, de certa forma tudo é permitido. Mas, temos que ter em atenção que ao entrarmos às cegas num mundo onde tudo é permitido, estamos a glorificar o ego e também o ego é ilusório. Se o ego é sustentado por um mundo ilusório, também ele próprio sofre do mesmo mal. Eu não tenho nenhum problema com isso, aceito que é ilusória a minha personalidade, o meu eu desta vida. Mas, precisamente por serem ilusões, não faz muito sentido valorizá-las. Contudo, não creio que se possa dizer que a realidade última é o vazio. Se o mundo em que vivemos, o mundo material, é uma ilusão, parece-me que isso apenas nos permite concluir que se há uma realidade para lá da ilusão, será uma realidade vazia de matéria, mas não necessariamente vazia em si própria. Por exemplo, o amor e a compaixão são na sua essência realidades vazias de matéria, ou seja, na sua essência não pertencem ao universo da realidade ilusão. E cada vez mais acredito que é a qualidade do meu amor e da minha compaixão que define o meu nível de consciência.

Autora: Maria uma Peregrina

segunda-feira, 18 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A Importância do Mito

É interessante tentar propor uma leitura interdisciplinar com a sociologia, pois o mito foi muito estudado por pensadores da área das ciências sociais, como Durkheim, Malinowski, Bourdieu, Lévi-Strauss e outros.

Alguns abordaram os mitos como produto de uma mentalidade pré-lógica, como Émile Durkheim e, desse modo, aproximaram-se de muitas interpretações filosóficas ao longo da história. 
  
Reside aí a importância do mito, não só de fundamentar mas também de retroalimentar as culturas, em qualquer período histórico, pois é o principal elemento responsável pela manutenção das tradições.

Para dar conta dessa função do mito, Lévi-Strauss designou-o com a expressão filosofia nativa, pois é a forma primeira de um povo expressar sua relação com o mundo e com a existência.

Cordialmente,

BRUXARIA TRADICIONAL - Aprendendo a Interpretar

Recebemos algumas perguntas de um aprendiz sobre os conceitos aqui representados pelo Conselho de Bruxaria Tradicional (CBT), e vamos tentar facilitar ainda mais a compreensão, para que todos consigam interpretar o que é aqui colocado.

Vamos aos conceitos do CBT vamos com ***:

- Uso de panteões não Europeus – Ex.: Africano, Indiano, etc...
*** Todas as regiões do mundo possuem suas respectivas crenças tradicionais, com seus valores, com suas práticas, o termo Bruxaria é uma manifestação de crença nativa européia, com deuses honrados de forma personalizada, com os atributos específicos do povo, seja ele celta, visigodo, germânico, etc...

Temos também o Conceito de Culto da Terra Nativa, que é o fato de honrarmos as manifestações espirituais da terra em que estamos, ou seja, a Bruxaria migrou para o Brasil e nós, como filhos da terra, honramos também o solo daqui, isto é um conceito que muitos não possuem ou distorcem para inserir outros elementos tal como Indiano, por exemplo.

Vejam este texto:


- Práticas cerimoniais de valor teatral e complexas
 *** Na essência, nomes como (Sabbat e Esbath) derivam de palavras judaicas (tal como a nossa palavra sábado), isto é comum na Wicca. Podemos honrar as fases da Lua, as festividades, os equinócios e solstícios, as etapas importantes, os ciclos de caça e pesca, a vida, a morte, etc. Não existe regra para a ritualização e nem a necessidade de se comemorar de forma apenas ritualística. O que esta colocado é que isso não deveria ser uma regra e sim uma opção, não deveria ser um teatro e sim algo profundo visto também que a magia natural deriva dos atributos da Floresta, e portanto uma magia fluídica.  

  
- Símbolos geométricos/ matemáticos – Ex.: Quadrado, Estrela de Salomão, etc... 
*** Crenças tradicionais existem no mundo inteiro, uma grande distorção é acreditar que Bruxaria é Maçonaria, por exemplo, ser um maçom é ser um magista, a maçonaria é uma instituição que incorpora os diversos ramos religiosos. Existem diversas feitiçarias pelo mundo e todas elas ligadas a uma região nativa, a uma senda, a um caminho, muito embora o bruxo esteja livre para estudar qual quiser, isso faz parte do seu aprendizado pessoal e não de algo raiz na Bruxaria Tradicional, as pessoas confundem crença pessoal com caminho, coisas totalmente diferentes.


- Elementos/ Conceitos de outras culturas – Ex.: Chakras
 *** O caminho do Bruxo é Nativo Europeu, entretanto o bruxo não é o caminho, ele é apenas um peregrino, existe confusão com o termo (Gnosis do Bruxo) a Gnose como Senda (Instituição) e existe o significado etimológico para gnose que significa "conhecer", o fato de conhecer um outro caminho faz parte da vivência pessoal, uma junção de aprendizados individuais.

- Ativismos – Ex.: Ecológico, Feminista, Homossexuais
*** O exposto é justamente não estar preso a conceitos segmentados sociais, a maioria de nós luta por conquistar uma consciência maior sobre a vida, entretanto as pessoas entram em questões ativistas, por exemplo, por puro modismo ou pq. alguém disse que um bruxo é ativista o que vai totalmente contra a esta abertura de percepção.

- Divisão dualista do mundo – Ex.: Deus/ Deusa – Bem/ Mal
*** Bruxaria não é simploriamente um ofício, ela não é "trabalho" (tradução) ela é uma crença específica, é um caminho, e dentro deste caminho nativo, a herança que temos dos povos antigos eram politeístas, não tem como seguir um caminho pré-cristão, sendo monoteísta ou seguindo um sistema de psicologia baseado em arquétipos, eis a diferença de uma crença nativa, para um sistema moderno/ eclético.

- Culto aberto e em área urbana
 *** As festividades podem ser públicas desde que respeitado os momentos sigilosos de cada clã, a bruxaria tradicional é introspectiva, ela é discreta, é bem diferente de atos de promoção, de divulgação na mídia, de exposição. Hoje temos uma abertura religiosa, coisa que há 60 anos atrás seria impossível, falamos ainda do povo europeu também, um povo mais reservado.

- Vinculo com movimento gótico
 *** Voltamos às liberdades dos cidadãos, esse direito é anterior ao direito de crença! Não precisa ser gótico, ou anti-social para ser um bruxo!

- Uso de um símbolo que identifique a religiosidade – Ex.: Pentagrama
*** Vamos citar a diferença de um símbolo que representa uma religião, no caso o pentagrama é um símbolo da Wicca, sabemos que existem pessoas que gostam do símbolo pentagrama, mas ele não pode ser algo oficial para outros caminhos pagãos, isto seria uma limitação de simbologia.

- Uma instituição centralizadora
*** O Conselho é uma instituição que faz seu papel social, é um dispositivo que promove atos coletivos, uma junção de clãs autônomos, uma confraria, uma instituição representante apenas de afiliados.

- Culto homogêneo ou livro sagrado
 *** Não existe uma "bíblia" que represente a Bruxaria, ou mesmo que estes aprendizados sejam homogêneos, em seu culto, dado à diversidade de povos e regiões.


Como sempre, o que faltam as pessoas é parar para refletirem sobre as questões ligadas a interpretação de texto, queremos ainda dizer que nosso compromisso é com pessoas e grupos que possuem a mesma orientação de crença comum aos conselheiros e que somos totalmente a favor da diversidade religiosa, pois assim todos podem se encontrar em seus credos. Afirmamos ainda que não temos ligação alguma com religiões criadas a partir da década de 50.


Cordialmente,

domingo, 17 de abril de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Você conhece uma Taturana?

Filho, você conhece uma Taturana?
A taturana tem um aspecto horrível, leva uma vida incômoda. Ela não pode ficar de pé, nem voar. A sua vida se limita em passar de uma folha para outra, devorando-as. Ela sabe exatamente quem é, e conhece seus quereres, mas infelizmente precisa esperar que chegue a hora certa, para se transmutar. Finalmente chega a hora em que brota em seu interior um "impulso revolucionário" que transforma a sua vida.

Ela passa a não se conformar com seu estado atual e fica imóvel, como mal humorada. E por fim sofre uma metamorfose. Ela se liberta do velho invólucro e sai voando, transformada numa linda borboleta. Ela já não devora avidamente as folhas das plantas. Deixa de devorar egoisticamente, alimenta-se apenas de pequena quantidade de néctar e passa a ter uma "vida somente de dedicação", transportando o pólen de flor em flor.

Nós filhos da Terra, precisamos deixar de pensar somente em nossas crenças e crendices pessoais e começar a viver nos dedicando aos nossos Deuses e Deusas, independente de como os concebemos e os louvamos, pois esses nos darão em troca exatamente o que merecemos. Muitas vezes, imaginamos que temos nos dado muito bem com nossos pensamentos padronizados, dentro do que chamamos a NOSSA TRADIÇÃO. Entretanto, o que tenho percebido é que esse Grande útero que nos acolhe, o nosso Planeta, a bela Terra, em troca, o que pesa mesmo é a qualidade do que damos, é a qualidade dos nossos sentimentos e das nossas ações. Não basta o desprendimento físico demonstrado culturalmente pelo intelecto, se a nossa alma não se entrega, não se dá verdadeiramente. Quando a inveja, o ciúme e sentimentos de competição invadem a nossa alma e o nosso coração, é exatamente porque a qualidade das nossas dedicações e doações perdeu seu real valor, e a queda da qualidade de vida espiritual é inevitável. A transformação se alcança principalmente com a leveza da alma e com a partilha de real qualidade. A acessibilidade aos Deuses só são relevantes quando estamos livres de preconceitos e títulos desse ou daquele Panteão. Por exemplo: Gaia é um estado de espírito para mim, bem primitivo é verdade, mas é assim o meu estado de plenitude, mesmo morando no litoral Norte da Bahia - Brasil espaço eminentemente TUPINIQUIM/AFRO.

Eu estou no Conselho de Bruxaria Tradicional, exatamente por ter me dado o trabalho e me permitido perceber que nesse momento, meus sentimentos, meus quereres de livre pensar estão sendo respeitados. Até por que; não vejo, e jamais compreendi que possam existir Fronteiras entre essa ou aquela Tradição, elas não se sustentam por si mesmas. Esses conflitos e polêmicas são APENAS MEDIOCRES GUERRAS DE EGOS.

Por vários anos me recolhi para preservar meus credos e crendices, das diversas interpretações errôneas a meu respeito e ao que se refere a nossa Casa Telucama. Hoje a minha idade, 63 anos muito bem vividos, e com trinta e sete anos de árduos caminhos louvando e reverenciando aos Deuses, me permito ser como a Taturana que chegou a hora de transmutar, mesmo que para isso precise serenamente mudar meus hábitos cotidianos e conhecer novas folhas, novos pensamentos novos quereres. Heia!

Bênção!

Quando puder venha passar uns dias no nosso Templo. É humilde, mas será sempre um espaço sagrado para receber todos aqueles, independente dos Deuses que reverenciam, pois que, é terra sagrada onde qualquer sandália poderá pisar desde que honrem os caminhos em que pisem.

Graça Azevedo/Senhora Telucama.
Suma Sacerdotisa do Templo Casa Telucama

sexta-feira, 15 de abril de 2011

HAKA - DANÇA TRIBAL

O Haka são todas as danças típicas do povo Maori em que os homens se colocam à frente das mulheres. Estas fazem o apoio das vozes nas costas dos homens. É uma dança que demonstra a paixão, o vigor masculino e a identificação com a raça. É usada tanto para dar boas vindas a visitantes quanto de tribos inimigas.
Segundo o povo Maori, Tama-nui-to-ra, o deus do sol, tinha duas mulheres, sendo uma delas Hine-raumati, a virgem do verão (perdendo este estatuto!), da qual nasceu Tane-rore, creditado pela origem da dança. Tane-rore representa o vento nos dias quentes de verão, na dança coreografado com o tremor de mãos.
Actualmente o Haka é conhecido mundialmente pela performance de intimidação no início dos jogos de Rugby da seleção da Nova Zelândia (All Blacks), que costuma antes de seus jogos executar uma haka específica chamada Ka Mate.
Antés da dança, o chefe que conduz a dança grita aos companheiros um refrão de incitamento, coisa que no caso dos All Blacks é feita pelo jogador de sangue maori mais velho, nāo sendo este necessariamente capitāo da equipe. As palavras são utilizadas nāo só para incitar quem está realizando a dança, mas também para recordar-se o comportamento correto durante a mesma. Muitas vezes o tom utilizado para gritar o refrāo é o mesmo utilizado no curso de toda a exibiçāo, ou seja, quanto mais agressivo, feroz e brutal, mais vai incentivar o grupo - e intimidar o adversário.


Performance

A "Ka Mate" começa com uma série de cinco instruções preparatórias, gritadas pelo líder:

"Ka Mate" Líder: Ringa pakia!  Coloquem as mãos contra as coxas!
 Uma tiraha!  Estufem o peito!
 Turi whatia!  Dobrem os joelhos!
 Hope whai ake!  Façam o mesmo com o quadril!   Waewae takahia kia kino!  Batam os pés o mais forte que puderem!
   
Líder: Ka mate, ka mate  É a morte, é a morte!
Time: Ka ora  É a vida! (ou "Eu vivo!")
Líder: Ka mate, ka mate  É a morte, é a morte!
Time: Ka ora  É a vida!
Todos: Tēnei te tangata pūhuruhuru  Este é o homem peludo...
 Nāna i tiki mai whakawhiti te rā  ...Que fez com que o sol brilhasse novamente para mim
 Upane...Upane  Suba a escada, suba a escada
 Upane Kaupane"  Suba até o topo
 Whiti te rā,!  O sol brilha!
Cordialmente,

Conselho de Bruxaria Tradicional

BRUXARIA TRADICIONAL - A Bênção da Deusa da Verdade

"Verdades" e mais "verdades", caminhos "únicos" e "patentiados", verdadeiras situações e iniciações, palpiteiros não iniciados, não praticantes e de outras religiões.

Frases e textos sem sentido, repúdios e revoltas são colocados na internet e ao que parece a internet tende mais a ser um lixão virtual do que prestar um serviço de informação, principalmente na área de crenças, seriam esses os caminhos tortuosos? Para quem não acredita em deuses pede o auxilio dos mesmos, para quem ofende o cristianismo pede a bênção de Deus no "pai nosso" que recriou, para quem não cultua o diabo reverência a ele, e nossa quantas misturas e ecletismos esotéricos! Quanta pomposidade por uma visão tão frágil e desconecta!

É uma pena que as pessoas não entendam os mistérios da floresta, que prefiram continuar a caminhar com uma visão pequena e limitada, como se a tradicionalidade na bruxaria, por exemplo, fosse essa vala onde tudo pode ser jogado lá e na noite de lua cheia, junto com góticos e adolescentes sem causa, cheirando a putrefação levantassem de suas tumbas estéreis e gritassem, somos indomados!

Sabem o que os mais antigos iriam dizer? Nada, eles não perderiam seu tempo com isso, eles provavelmente ficariam na sacada de suas casas tomando seu chá e fumando seu cachimbo, conversando com amigos e familiares.

Estava lembrando de um conhecimento que me foi passado no final da década de 80, estava numa rua de terra no interior de SP, e como o caminho era longo até a casa do sítio, ficamos conversando sobre a atitude das pessoas na magia, sobre o entendimento sábio das visões de mundo, em um momento esse grande amigo e mentor me fez parar na estrada, colocou sua mão sobre meus ombros e disse:

- Draco, percebe?
Olhei e nada vi além das árvores, do céu estrelado e do frio do anoitecer.

Ele me disse que todas as respostas que procura estão no silêncio da contemplação.
Então parei, respirei e foi então que percebi que tudo estava inerte, como se o próprio tempo tivesse se congelado, o vento parou de soprar, as arvores não se mexiam, apenas o silêncio.

- Agora você percebeu?

Disse que sim, tanta conectividade que imaginei que todos os seres tinham parado para escutar nossa conversa naquele momento, eis o melhor método de aprender, saber escutar, absorver e refletir.

Para ser um bruxo tradicional com propriedade, pois pedigree e auto proclamação temos visto aos montes, até de quem é de outra religião, é preciso se conhecer tão verdadeiramente para no minuto seguinte deixar de existir.

Dentro de nossa proposta objetivamos mais que o conhecimento, buscamos a sabedoria e o êxtase, não desejamos ser proprietários de um caminho, pois este já estava lá antes e estará depois de nossa partida, a nossa sociedade tem se dedicado a se tornar dona das coisas, das terras, dos nomes, das pessoas, dos sentimentos alheios.

Portanto preferimos ter a bênção de todos os deuses, dos seres da natureza, de nossos ancestrais, de nossos irmãos, do que evocar uma "Deusa da Verdade"; é uma pena que muitos tenham ainda que aprender a pelo menos ficarem em pé para poderem andar livres de suas mochilas cheias de achismos e egos, mas de certa maneira tudo tem uma sincronização perfeita e assim serve de teste para que as pessoas consigam ultrapassar seus limites e enxergar além das miragens.

Agradecemos as bênçãos das deusas da tolerância, da coerência e sabedoria, e deixamos as bênçãos da "verdade" para os ignorantes e soberbos, eles precisam dessas para poderem se comunicar!

Gratidão,

Ricardo DRaco